Montadora deve apresentar primeiro motor híbrido local nos próximos meses
A Stellantis completou dois anos em 20 de janeiro e não tem do que reclamar na América do Sul, onde em 2022, e pelo segundo ano consecutivo, liderou as vendas com mais de 23% de participação. Melhor: no Brasil e Argentina, os dois maiores mercados da região, deteve, respectivamente, 32,9% e 30,7% dos licenciamentos, além dos veículos mais vendidos.
Antonio Filosa, presidente da operação, diz que os resultados, sobretudo considerando as dificuldades geradas pela pandemia à cadeia produtiva e aos mercado, estão alinhados — e, em alguns aspectos, até melhores — com o planejamento estratégico que abrange de 2021 a 2025.
Para esse período, a montadora previu 43 lançamentos de novos veículos e atualizações de modelos de oito de suas marcas. Com 17 novidades, os SUVs liderarão as atrações.
A montadora espera apresentar ainda 9 carros de passeio e 9 vans, além de 8 picapes, segmento que ganhará especial destaque este ano, inclusive com o início de produção de um modelo RAM no Brasil e de outra picape grande com a marca Fiat.
Em 2021 e 2022 a Stellantis lançou 9 modelos híbridos e elétricos na América do Sul. Todos importados! Esse quadro, porém, deve mudar substancialmente no médio prazo.
Em entrevista nesta terça-feira, 31, Filosa fez questão de, mais uma vez, enfatizar a determinação da empresa em reduzir a dependência do câmbio e a exposição às dificuldades logísticas internacionais no processo de eletrificação do portfólio de produtos na região.
” O desenvolvimento de tecnologias locais [para a eletrificação] é o primeiro objetivo. O segundo é não perdermos a competitividade”, afirmou o executivo, que, entretanto, não revelou um prazo preciso para que o primeiro motor híbrido flex fabricado no Brasil esteja no mercado, de fato.
Mas não deve tardar, talvez um ano, pouco mais. Filosa admitiu que demandará mais alguns meses de testes. “Será tudo desenvolvido e fabricado aqui. Hoje temos veículos com mais de 90% de conteúdo local […] e essa pauta de industrialização nunca mudou. Não vamos trazer kits da Ásia”, disse Filosa, em clara referência à concorrência, que já dispõe de modelos híbridos a etanol.
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A incorporação e desenvolvimento de tecnologias eletrificadas na produção sul-americana deve representar parte relevante no próximo ciclo de investimentos da empresa entre 2025 e 2030 — o atual, iniciado em 2018, é de R$ 16 bilhões —, mas desde o ano passado já requer esforços conjuntos com de fornecedores, startups e instituições de pesquisa e ensino.
Esse programa leva agora o nome oficial de Bio Electro, ganhará corpo e velocidade a partir deste ano e tem como premissa sempre o etanol como parte integrante das soluções. A fábrica de Betim, MG, onde o grupo conta com 1,5 mil dos 1,7 mil engenheiros que tem no Brasil, concentrará o desenvolvimento.
Foto: Divulgação
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