A indústria automobilística brasileira iniciou 2023 com exportações em elevação. Em janeiro, o setor enviou para outros países cerca de 33 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O resultado supera em 19% os embarques registrados em igual mês do ano passado e em 5,9% os de dezembro.
É o quarto ano seguido que o setor registra crescimento nas exportações do primeiro mês. Desde 2020, quando o Brasil exportou 20,5 mil veículos — um recuou significativo ante as 25 mil do ano anterior e ainda mais diante das 46,4 mil de 2018 —, os embarques passaram novamente para o patamar de 25,9 mil em 2021 e 27,7 mil unidades no ano passado.
É certo que os números de 2021 e 2022 foram impactados pela crise de diversos mercados e da logística global geradapela pandemia. Mas Márcio Leite, presidente da Anfavea, por outro lado, pondera que as exportações no primeiro mês de 2023 poderiam ter sido até melhores.
Leite, entretanto, diz que ainda o resultado de janeiro e o quadro dos mercados de destino ainda não são preocupantes a ponto de que se reveja a projeção de 467 mil veículos negociados no exterior no ano, já 2,9% a menos do quem em 2022.
O dirigente justifica que Chile e Colômbia, dois dos principais mercados dos veículos nacionais junto com Argentina e México, não tiveram um bom mês, com quedas aproximadas de 20%. “Agora estamos com o sinal de alerta ligado com relação a esses dois mercados, que vinham evoluindo bem nos últimos anos.”
Se os embarques de janeiro foram 5,9% maiores do que os de dezembro de 2022, curiosamente o faturamento limitou-se a R$ 709 milhões, 13,4% abaixo na mesma comporação.
O dirigente da Anfavea aponta a mudança no mix de produtos como motivação para o menor faturamento no período. Segundo a entidade, veículos de maior valor agregado deixaram de passar pelos portos no mesmo ritmo de meses anteriores, em especial caminhões e máquinas agrícolas e de construção.
Foto: Divulgação
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