Estudo da consultoria McKinsey & Company avalia que a frota brasileira de automóveis e comerciais leves movidos a eletricidade deve girar em torno de 11 milhões de veículos até 2040, mais de 20% do total de veículos leves que rodam hoje no País.

O  levantamento “Acelerando a mudança rumo à Mobilidade Sustentável no Brasil” será apresentado na palestra “O Futuro da Matriz Energética no Transporte Brasileiro”, que acontecerá da primeira das três edições de 2023 do C-Move – Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos, em Brasília, SF, em 7 e 8 de março.

“Estimamos que os veículos elétricos respondam por 55% das vendas em 2040”, diz Daniele Nadalin,  diretor  da McKinsey & Company, que apresentará a pesquisa em Brasília.

Nadalin antecipa que a pesquisa identificou que o brasileiro se mostra aberto a tecnologias de mobilidade que minimizem o impacto ambiental dos deslocamentos: 44% dos entrevistados buscam uma alternativa sustentável para seus trajetos e 24% se consideram entusiastas da mobilidade livre de emissões ante, respectivamente, 33% e 18% da média mundial.

Entretanto, o especialista diz que o setor ainda enfrentará importantes gargalos para a eletrificação da frota,  como a continuidade do processo educativo sobre o funcionamento desses veículos – “já que ainda há muitas dúvidas dos motoristas sobre custos inerentes aos modelos, vida útil das baterias e estações de carregamento “– e a necessidade de adequação da infraestrutura das cidades.

“Mesmo capitais como São Paulo e Rio de Janeiro não têm a infraestrutura de recarga necessária para atender a uma frota elétrica, principalmente se considerarmos veículos de uso intensivo.”

Os tais modelos de uso intensivo, aqueles que rodam acima de 150 km por dia, devem liderar o processo de eletrificação da frota brasileira, aponta o estudo.

Hoje o Custo Total de Propriedade — índice que leva em conta gastos com aquisição do carro, com  combustível, manutenções e outros custos relacionados ao veículo — de um veículo elétrico utilizado com essa intensidade já praticamente equivale ao de um similar à combustão, calcula a consultoria.

Segundo Nadalin, para os consumidores que utilizam o veículo para deslocamentos mais curtos ao longo de um dia, até, por exemplo, 30 km , essa paridade deve ser alcançada por volta de 2030.

“A eletromobilidade já é realidade. Em 2022, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves elétricos tiveram alta de 195%, com mais de 100 mil veículos eletrificados na frota circulante. Esse crescimento deve se manter acelerado pela próxima década”, completa Ricardo Guggisberg, presidente do IBMS – Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável e da MES Eventos, organizadora do  C-Move.

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Foto: Divulgação

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