Omercado de caminhões em fevereiro apresentou demanda retraída, com redução nos emplacamentos de 23,4% em relação a janeiro, de 102 mil unidades para 7,8 mil. No confronto com o mesmo mês do ano passado, quando registrou 8,1 mil caminhões emplacados, o recuo foi de 3,53%.
O comportamento menos comprador já se encontrava no horizonte dos atores do mercado e da indústria para os primeiros meses de 2023. Como em ocasiões anteriores de mudança na legislação ambiental, o transportador costuma antecipar planos de renovação de frota para se proteger do inevitável aumento de preços provocado pela adoção de novas tecnologias de controle de emissões.
De acordo com a Fenabrave em balanço das vendas do primeiro bimestre, apresentado na quinta-feira, 2, o efeito da entrada em vigor do Proconve P8, em 1º de janeiro, tem provocado volatilidade nos números. “Já esperávamos um primeiro trimestre com variações”, reforça Andreta Jr., presidente da federação que representa o setor de distribuição de veículos. “Neste período o transportador pode optar pela compra de veículos adequados às duas regras de emissões (Proconve P7 ou P8).”
No acumulado do primeiro bimestre, no entanto, os emplacamentos mostraram crescimento de 8,56%, para 18 mil caminhões ante 16,6 mil registrados há um ano. Cabe lembrar que no mesmo período do ano passado, a indústria enfrentava fase crítica da escassez de componentes eletrônico, provocando crise de oferta de produtos.
Segmento de ônibus segue trajetória de recuperação
Um dos mais afetados pela pandemia do setor automotivo, o segmento de ônibus apresenta movimento de retomada, já sinalizada desde o último trimestre do ano passado.
Em fevereiro, os emplacamentos somaram 2,8 mil unidades, 6,32% superior ao de janeiro (2,1 mil) e significativos 98,27% em relação ao mês do 2022, quando registrou 1,1 mil ônibus licenciados.
No primeiro bimestre, a alta nas vendas foi de 78,46% com 4,4 mil unidades entregues ao mercado transportador de passageiros ante 2,4 mil absorvidas um ano antes.
“A categoria passou por período difícil com as restrições de circulação. Mas os sinais de uma recuperação consistente já são visíveis. Basta lembrar que a alta acumulada de 2022 foi de 23,4%”, resume Andreta Jr.
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Foto: Volvo/Divulgação