Mais uma fabricante de veículos decide conceder férias coletivas diante de conjuntura que combina escassez de componentes e baixa de demanda. Desta a vez, a Mercedes-Benz informou ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP) que 300 dos 6 mil trabalhadores da produção estarão afastados entre 3 de abril e 2 de maio.
Em nota, o sindicato que a medida decorre da “redução na produção por falta de financiamentos, queda no consumo e alta nas taxas de juros”. De acordo com Aroaldo Oliveira da Silva, diretor executivo da entidade, lembra também que a mudança na legislação ambiental do Proconve, de P7 para P8 também trouxe impacto com antecipação de compras no ano passado e aumento nos custos neste ano.
“Tivemos complicadores macroeconômicos, mas principalmente para o financiamento dos caminhões, porque é preciso aprimorar a linha de crédito para o chamado Euro 6. Temos problemas com a alta taxa de juros, o preço do capital (para financiamento) é muito mais alto”, resumiu em nota. “Também há a queda do consumo de forma geral das famílias brasileiras e isso afeta o varejo, que é uma parte importante do segmento de transporte no Brasil.”
Mercedes-Benz, em comunicado, confirma as férias coletivas de algumas das áreas das linhas produtivas. “Esta necessidade de ajuste no programa de produção é resultado da falta de componentes na indústria automotiva global e nacional e adequação dos volumes de vendas do mercado de veículos comerciais.”
LEIA MAIS
→Falta de demanda e de chips fazem montadoras paralisar linhas
→Depois da Anchieta e de São José dos Pinhais, VW vai parar Taubaté
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
