Durante evento de apresentação de testes que comprovam vantagens do etanol no contexto da descarbonização, o presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, confirmou interesse da companhia em instalar no Brasil uma empresa de reciclagem de veículos. Sem revelar nome, adiantou que há estudos em andamento com um parceiro local para que o projeto seja implementado até o final deste ano.
Os estudos estão sendo encaminhados pela Sustainera, uma divisão da Stellantis que já atua no mercado brasileiro com reciclagem de autopeças. Eles integram estratégia de descarbonização da Stellantis na região, que contempla não apenas o desenvolvimento e produção de um veículo híbrido flex a etanol, o Bio-Elextro, mas todo o contexto da chamada economia circular:
“O projeto de carbono zero não inclui apenas os veículos, mas toda a cadeia de valor envolvida no ciclo de produção”, destacou Filosa no evento desta sexta-feira, 31, na capital paulista. “Começa no desenvolvimento de produtos mais eficientes em termos de CO2 e na cadeia de fornecedores, passando pela manufatura mais eficiente, pelo produto, pela rede de concessionários e pelo usuário. Ao fim do ciclo do produto, outro ciclo se abre, com a remanufatura, reuso e reciclagem. É a economia circular que torna o ciclo virtuoso”.
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O executivo informou que o projeto da empresa de reciclagem de veículos independente de o País ter um programa de renovação de frota mais amplo do que o atual, que contempla por enquanto apenas veículos pesados. Mas admitiu que se houver incentivos também para a retirada dos carros e comerciais leves velhos das ruas o projeto ganha peso no sentido de torna-se mais rentável para o grupo.
Múltiplas alternativa de propulsão
Ao falar dos testes desenvolvidos em conjunto com a Bosch, envolvendo uso de gasolina, etanol e emergias brasileira e europeia, o presidente da Stellantis na América do Sul deixou claro que a empresa investe em múltiplas alternativas de propulsão, com metas diferentes para as diferentes regiões nas quais atua.
No seu planejamento, 100% de suas vendas na União Europeia em 2030 serão de veículos elétricos, índice que na ocasião estará em 50% nos Estados Unidos e em 20% no Brasil. A análise regionalizada, segundo Filosa, mostra que a necessidade local de se dá em uma realidade específica e distinta de outros países e regiões.
Em material sobre os testes de emissão de CO2 divulgado nesta sexta-feira, a Stellantis enfatiza que não se trata de contrapor descarbonização e eletrificação. “A descarbonização é o resultado desejado e necessário, enquanto a eletrificação é um dos caminhos para se alcançar a descarbonização da mobilidade. O emprego do etanol combinado com eletrificação é o caminho mais rápido e viável do ponto de vista social, econômico e ambiental para uma crescente eletrificação da frota brasileira”, conclui o comunicado.
Foto: Pixabay
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