CEO da VW Brasil, Ciro Possobom, diz não ver sentido em tirar itens de segurança para baratear veículo
O resgate de um carro de entrada, mais simples e mais acessível do que os disponíveis hoje no mercado brasileiro, ganhou força a partir na última semana após declarações do presidente da Stellantis para a América do Sul, Antônio Filosa, e do presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, que admitiram debates com o governo em torno do tema.
O assunto realmente é pauta central hoje no setor, mas no âmbito da Anfavea anda não há concenso quanto à sua oportunidade neste momento. Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, que na terça-feira, 4, participou do lançamento da VOU, nova fintech da marca, questiona, entre outros pontos, a segurança veicular, lembrando que os carros brasileiros ficaram mais caros justamente por conta dos investimentos em mais tecnologia embarcada.
Ele diz não ver sentido em tirar itens de segurança para tornar o veículo mais barato. Além disso, e talvez o mais importante, a criação de incentivos para lançamento de um carro de entrada mais barato — que a princípio envolveria redução de impostos e condições de crédito diferenciadas para o segmento, além de redução de margem da fabricante e das concessionárias — não atenderia igualitariamente todas as marcas.
Basta ver o porftólio à venda no País. Enquanto Fiat e Renault contam com os chamados modelos de entrada, respectivamente Mobi e Kwid, que têm preco inicial na faixa de R$ 70 mil, os carros das demais marcas partem de no mínimo R$ 80 mil, ou seja, uma diferença de 15%. É o caso do Polo Track (foto acima), recém-lançado pela Volkswagen e hoje o mais em conta da marca, que custa a partir de R$ 81,4 mil.
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Diante desse cenário, Possobom garante não haver nada definido. Na sua avaliação, a ideia precisa amadurecer mais, pois só há sentido em encaminhar algo concreto se todas as marcas— e não apenas algumas — forem atendidas.
Sobre o mercado automotivo, o CEO da VW previu crescimento da marca, apesar de no momento três das suas fábricas estarem em férias coletivas. Ele disse haver sinalização de que os problemas de falta de chips serão amenizados a partir de agora, garantindo que as paradas das linhas de montagem no momento decorrem de planejamento anual da empresa.
Possobom aposta no crescimento da VW acima da média do mercado, comentando, inclusive, que a empresa projeta ampliar produção em dois dígitos este ano.
Sobre informações divulgadas esta semana de lay-off na fábrica de São José dos Pinhais, PR, a Volkswagen emitiu nota nesta quinta-feira, 6, informando que o acordo coletivo firmado entre a montadora e o sindicato prevê diversas ferramentas de flexibilidade, entre as quais o layoff. “No entanto, a adoção de lay-off não foi confirmada para a fábrica de automóveis de São José dos Pinhais”, conclui a nota.
Foto: Divulgação/VW
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