SUV´s e picapes a diesel foram os que mais desvalorizaram no trimestre indica pesquisa da Mobiauto
Reflexo direto da retração das vendas no varejo automotivo, o preço dos carros seminovos está em queda neste início de ano. Pesquisa divulgada pela Mobiauto nesta terça-feira, 11, mostra uma queda média dos carros com até três anos de uso de 5,64% no primeiro trimestre deste ano.
“Para apurar essa variação, nossa equipe fez uma média das cotações nos três primeiros meses de 2022 e repetiu a pesquisa dos preços dos seminovos 2020, 2021 e 2022 no mesmo período deste ano”, detalha a Mobiauto, revelando que o levantamento também contemplou os diferentes segmentos do mercado e constatou maior depreciação entre os SUVs e picapes a diesel.
Considerando o total dos dois segmentos (flex e diesel), a desvalorização dos seminovos foi de 7,42% no caso das picapes e de 7,58% nos SUVs. Se a avaliação incluir apenas modelos a diesel, esses porcentuais são de, respectivamnete, 8,34% e 10,36%.
“Tínhamos observado queixas frequentes de clientes que anunciavam em nossa plataforma e só vendiam seus veículos, principalmente as picapes e SUVs a diesel, após aplicarem bons descontos”, revela Sant Clair Castro Jr. consultor automotivo e CEO da Mobiauto. “Como possuímos gatilhos muito imediatos de dados vindos da área de atendimento ao cliente em favor do setor de estratégia, rapidamente fizemos a pesquisa pra quantificar essas perdas, que no caso de uma Ford Ranger XLS 2022 vale hoje R$ 50 mil a menos”,
Os seminovos, em geral, tiveram uma alta artificial de cotações durante o período de pandemia, devido à falta de produção de vários veículos 0 km. Esses modelos chegaram inclusive a custar mais após um ano de uso, o que até então nunca tinha ocorrido.
Agora, com a queda de movimento nas concessionárias, os carros com até 3 anos de uso começaram a perder preços, alguns até de forma acelerada. Por segmento, o que teve menor perda foi de furgões e vanas, com menos 3,34%. Os hatches sofreram desvalorização de 4,7%, os coupês de 5,16% e as peruas de 5,41%. Com depreciação acima da média aparecem os sedãs (menos 6,24%), os monovolumes (menos 7,04%) e os já citados segmentos de picapes de vans.
“O que mais assusta nem é o porcentual, mas os valores em si”, comenta Castro Jr. “Uma coisa é perder 5%, que é a depreciação média, em um carro cujo preço baixou de R$ 80 mil para R$ 76 mil em um ano. A outra, bem diferente, é registrar uma desvalorização de 15% em um carro em que você pagou R$ 600 mil: isso dá cerca de R$ 90 mil a menos”.
Entre os modelos mais depreciados está a Ford Rangercabine dupla XLS (2022) turbodiesel 4×2. O preço baixou de R$ 232,9 mil para R$ 183 mil, queda de 21,42%.
Dos modelos pesquisados, apenas dois tiveram aumento de preço em um ano. A Toyota Hilux cabine simples e a Troller T4. Entre os que tiveram redução abaixo da média estão dois modelos da Mitsubishi e a Ram 2.500 ano/modelo 2020 (veja abaixo).
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Foto: Divulgação/Ford
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