O segmento de utilitários esportivos, o maior do mercado interno de automóveis, foi marcado pela disputa unidade a unidade em 2022. Tanto que a diferença entre o inédito líder Chevrolet Tracker e o segundo colocado Volkswagen T-Cross limitou-se a apenas 0,8 ponto porcentual ou pouco mais de 5 mil unidades.
Em 2023, talvez com a mudança de um ou outro modelo entre os ponteiros, esse nível disputa tem tudo para se repetir ou até intensificar, a julgar pelos números do primeiro trimestre.
No período, o Jeep Compass liderou com 15.556 licenciamentos acumulados, contra 15.424 do Hyundai Creta. O terceiro colocado, o Chevrolet Tracker, somou 14.996 licenciamentos e o quarto, o T-Cross, 14.168.
É um quase nada entre eles. Para se ter ideia: considerados os dias úteis de janeiro a março, a média diária de licenciamentos de SUVs este ano é da ordem de 2,2 mil veículos. Ou seja: a diferença do primeiro para o quarto equivale a somente meio dia de vendas.
Em um universo de 162,1 mil SUVs negociados, a participação do líder foi apenas 0,9 ponto porcentual maior do que a do T-Cross. E ainda assim graças ao desempenho de março, quando o modelo da Jeep somou quase 7 mil unidades e superou o Creta, primeiro colocado em fevereiro — em janeiro, coube ao Tracker o lugar mais alto no ranking.
E a cada mês chegam mais concorrentes em um cardápio já para lá de recheado e que ultrapassa a casa das cinco dezenas de modelos nacionais e importados. Ter novidades frequentes, na verdade, tem sido estratégia utizada pelas montadoras para sustentar ou ampliar seus volumes de vendas no segmento.
Lançamentos de séries especiais e versões diferenciadas — quase sempre “esportivadas” — são cada vez mais corriqueiros. Algumas limitam-se a poucas centenas de unidades, mas cumprem mesmo o papel de chamar a atenção, aumentar o “recall” da marca ou do nome de algum modelo que já está no mercado há algum tempo.
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Prova disso é de que até mesmo o Tracker, que ainda comemora a liderança de 2022, mas após os três primeiros meses de 2023 aparece na terceira posição, será agraciado esta semana, e de uma só vez, com duas novas versões: a esportivada RS e a Midnight, que, a exemplo de vários concorrentes e até de outros veículos Chevrolet, abusa de acabamentos e detalhes em preto.
“Enquanto o Tracker RS agrega uma imagem mais arrojada e de jovialidade, o Midnight reforça uma imagem mais sofisticada com tons mais sóbrios e neutros”, prefere afirmar Rodrigo Fioco, diretor de Marketing de Produto da GM América do Sul.
Além dos detalhes estilísticos, as duas versões da linha 2024 se diferenciam entre elas em especial pelos motores turbo: no caso da RS, o 1.2 de 133 cv, enquanto a Midnight tem o 1.0 de 116 cv. Ambos acoplados à transmissão automática de seis velocidades. A esportiva dispõe ainda de faróis full led e teto solar de série.
Apesar de já ter as novidades em destaque no próprio site, a GM não divulgou ainda os preços das versões. Mas devem ficar próximos das atuais topo Premier 1.0 e 1.2, que custam, respectivamente, a partir de R$ 147,2 mil e R$ 160 mil.
Com certeza, não serão muito mais baratas ou mais caras. Até porque, com um segmento tão disputado e comprador, não há margem — nem necessidade — de grandes esforços para oferecer algo diferente, muito menos o preço.
Foto: Divulgação
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