Regime de trabalho perduraria por dois meses a partir de maio
AMercedes-Benz confirmou nesta quarta-feira, 12, que negocia com os trabalhadores da fábrica de Juiz de Fora, MG, lay-off por dois meses. A ideia é que o afastamento de até 300 funcionários aconteça a partir de maio.
Mais uma vez a empresa aponta a queda do mercado, em função dos altos juros de financiamento e da adoção da legislação ambiental Euro 6 no começo deste ano, como motivação para a suspensão temporária dos contratos de trabalho ou redução da jornada de trabalho e salários.
Na semana passada, a montadora já anunciara que entre 3 de abril e 2 de maio seriam concedidas férias coletivas parciais aos trabalhadores da planta mineira e também de São Bernardo do Campo, SP, além de semanas reduzidas de trabalho “conforme necessidades das áreas”.
Outra medida foi a adoção de turno único de trabalho na produção de caminhões em São Bernardo do Campo por período de 2 a 3 meses a partir de maio. Como a unidade de Juiz de Fora fabrica as cabinas utilizadas nos caminhões montados na planta paulista, provavelmente um único turno de trabalho também está sendo estudo para a mineira.
” Todas essas alternativas estão sendo negociadas previamente com total transparência junto ao sindicatos dos trabalhadores com o objetivo de buscar formas de gerenciar a queda de demanda, mantendo o nível de emprego” afirmou a montadora em nota oficial.
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS PESADOS DESPENCOU
Apesar da reclamação dos fabricantes de queda nas vendas caminhões e ônibus, o mercado apontou crescimento no primeiro trimestre. Os licenciamentos de caminhões e ônibus alcançaram 34,8 mil, 12,4% a mais do que nos três primeiros meses da 2022. Só os caminhões somaram 27,4 mil, crescimento de 2,6%.
Em março, foram vendidos 9,3 mil caminhões, alta de 19,7% em relação a fevereiro (7,8 mil), mas 7,3% menos na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 10,1 mil licenciamentos.
A contradição estaria no fato de que a grande maioria dos negócios, mais de 90%, é de veículos que ainda se enquadram na legislação de emissões anterior, a Euro 5, fabricados até o fim do ano passado. Tanto que a produção despencou no primeiro trimestre: menos 28,8%, no caso de caminhões, e foi 29,6% menos em ônibus.
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