Medida reforça movimento generalizado entre as montadoras de caminhões para reduzir produção
Na onda de uma série de ações que visam desacelerar a produção de caminhões neste segundo trimestre do ano, agora é a vez da Scania anunciar paradas programadas a partir do final deste mês e férias coletivas de dez dias em julho, conforme informado nesta terça-feira, 18, pelo Sindicato dos Metalurgicos do ABC, que promoveu assembleias internas na fábrica para aprovação dos trabalhadores.
As medidas são asseguradas pelo acordo de flexibilidade de jornada que existe desde 2013 e foi devidamente negociado pela entidade sindical e a direção da montadora para garantir eventuais ajustes na produção. Nessa mesma linha, Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) e Iveco já anunciaram paralisações em suas linhas.
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As paradas programadas serão de dois dias por semana, a partir de 28 de abril, e as férias coletivas começam em 10 de julho. Os fabricantes de caminhões enfrentam retração nas vendas por causa da antecipação de compras gerada pela mudança da tecnologia Euro 5 para a Euro 6. Desde janeiro só é possível fabricar modelos Euro 6, que na média ficaram 25% mais caros.
Para o vice-presidente do sindicato e representante dos trabalhadores na fábrica, Carlos Caramelo, as dificuldades enfrentadas no setor de caminhões também refletem a ausência de uma política industrial nacional e de ações de governos estaduais e municipais para aumentar emprego e melhorar renda:
“Temos sentido reflexos da ausência de políticas específicas para o setor nos últimos anos. Precisamos de políticas públicas que diminuam o impacto ou que gerem, além de uma cobertura social, trabalho e renda. Tudo isso passa por incentivos à economia, com crédito, linhas de financiamento específicas e, em contrapartida, a garantia de emprego”.
Caramello reconhece que a situação foi agravada ainda mais pela falta de peças e pela antecipação das vendas em 2022, mas insiste na necessidade de haver redução de juros e mais crédito ao consumidor. A Scania conta com cerca de 4,5 mil trabalhadores em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, sendo perto de 3 mil diretamente ligados à produção.
Foto: Divulgação/Scania
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