Com dificuldades para obtenção de crédito, o consumidor está optando pelos veículos usados mais baratos, justamente aqueles mais antigos e poluentes. Levantamento da Fenauto, que representa os lojistas independentes, mostra que no acumulado do quadrimestre os chamados “velhinhos”, com mais de 13 anos de uso, foram os mais procurados pelos brasileiros.
Foram negociados 1.477.009 desses veículos de janeiro a abril, o que representou alta de 25,4% sobre o total de 1.178.087 de idêntico período de 2022. É o segmento com maior volume dos quatro pesquisados pela Fenauto. No mesmo comparativo, os “usados maduros”, de 9 a 12 anos, atingiram 1.053.086 transações, expansão de 19,5% (880.934), enquanto os “usados jovens”, de 4 a 8 anos, comercializaram 1.137.156 unidades, alta de 11,7%.
Os tradicionais seminovos, com até 3 anos de uso, responderam por 734.329 negócios, com crescimento de 16,7% no quadrimestre. Os dados da Fenauto incluem veículos leves, caminhões, ônibus e motos, sendo que a maior categoria (automóveis e comerciais leves) responde por 73% do total de usados comercializados no País.
No total, já foram comercializados este ano 4.401.580 usados, o equivalente a um acréscimo de 18,8% sobre o mesmo período do ano passado. Em abril, as vendas atingiram 1.039.256 usados, 10,7% a mais do que em idêntico mês de 2022. Os veículos mais vendidos no período foram o VW Gol e os Fiat Uno e Palio.
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“Considerando o número de dias úteis em abril, que foi de apenas 18 contra os 23 de março, a queda de 20,7% no comparativo mensal pode ser considerada como um resultado razoável. Como já antecipamos em nossas análises anteriores, aparentemente entramos num processo de estabilidade que, dependendo do desempenho da economia, pode se manter ao longo do ano”, analisa Enilson Sales, presidente da Fenauto. “Continuaremos a manter nossa atenção aos índices de confiança dos consumidores”.
Também a Fenabrave divulgou balanço de usados esta semana, confirmando as 4,4 milhões de unidades vendidas no acumulado do quadrimestre. O presidente da entidade, José Maurício Andreta Jr., concorda que o menor número de dias úteis contribui para o decréscimo nos negócios em abril sobre março, mas avalia que não se pode ignorar a conjuntura que tem afetado o mercado automotivo no geral.
As dificuldades para obtenção de crédito, segundo ele, vem impedindo uma movimentação maior nas concessionárias e também nas lojas de usados. No caso específico do segmento de automóveis e comercias leves, houve retração tanto em relação a março (-20,6%) quanto sobre abril de 2022 (-0,8%).
“No total, foram cerca de 200 mil unidades a menos de veículos leves do que as registradas no mês anterior. Os modelos com até 3 anos de fabricação representaram 9,64% do total transacionado no mês e, no ano, essa participação é de 8,56%”, informa a Fenabrave.
Foto: Divulgação/VW
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