Responsáveis por um dos principais entraves da produção mundial de veículos nos últimos dois anos, os fabricantes de semicondutores vislumbram sensível melhoria dos negócios com o setor no próximo ano. Mais ainda: o fornecimento para a indústria automotiva será o principal impulsionador das receitas das fabricantes de chips.
Pelo menos é isso que indica a 18ª edição da pesquisa “Perspectivas do setor global de semicondutores”, conduzida pela KPMG e Global Semiconductor Alliance (GSA). O estudo ouviu 151 executivos globais de empresas de semicondutores e identificou expectativa de que as vendas dessas empresas podem alcançar US$ 200 bilhões anuais até meados da próxima década e ultrapassar US$ 250 bilhões até 2040.
As perspectivas de 81% dos entrevistados é de que em 2023 as receitas crescerão e quase metade do total estima avanço superior a 10%, com 23% prevendo crescimento ainda maior, da ordem de mais de 20%. Para o ano que vem, 64% dos executivos esperamno crecimento dos negócios.
Contribuem para essas projeções o fato de que a maioria dos executivos entende que a crise de abastecimento de chips está acabando. Para 65% deles, a escassez diminuirá em 2023 e 15% avaliam que oferta e procura já estão em equilíbrio para a maioria dos produtos. Apenas 20% pensam que a escassez persistirá até 2024 ou mais.
Considerando que a indústria de semicondutores é cíclica, o estudo quis saber se haverá algum excesso de oferta de semicondutores. Para 24%, isso já ocorre e 31%. no transcorrer dest ano ainda. Outros 36% consideram que o excedente acontecerá entre 2024 e 2026, enquanto 9% acreditam que a procura continuará aumentando e que não haverá excesso nos próximos quatro anos.
Depois dos negócios automotivos, a comunicação sem fio, há muito vista como o mais importante vetor de receitas da indústria de semicondutores, ocupa o segundo lugar nas perspectivas para 2023. Internet das coisas, computação em nuvem e inteligência artificial estão em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente, em termos de importância.
“Os semicondutores representam o componente mais importante da economia global conectada e a base do mundo contemporâneo. Os problemas decorrentes da sua escassez causaram impactos em todo o mundo. Ainda assim, a boa notícia é que este segmento continua cada vez mais forte ”, afirma Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Sobre questões geopolíticas, o impacto da nacionalização da tecnologia de semicondutores é a maior preocupação dos executivos, uma vez que tem implicações em cadeias de fornecimento, aquisição de talentos, e acesso a subsídios governamentais. A nacionalização da tecnologia de semicondutores também está empatada como o segundo maior problema enfrentado pela indústria nos próximos três anos, junto com a inflação global.
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