Tavares: Stellantis quer dispor de 400 GWh de capacidade no mundo até o fim da década.
Ainauguração na terça-feira, 30, da primeira gigafábrica de baterias da ACC, Automotive Cells Company, na França, serviu de palco para altos executivos de montadoras europeias e políticos locais manifestarem, mais uma vez, o desagrado com as regras Euro7 que restringirão ainda mais as emissões de poluentes de motores a combustão a partir de 2025.
As fabricantes de veículos entendem que a futura legislação exigirá altos investimentos para pouquíssimos ganhos ambientais. Defendem, portanto, que seria melhor destinar recursos diretamente na transição para a mobilidade elétrica, já que a União Eruopeia determinou o fim dos veículos a combustão até 2035.
A fábricada ACC, na verdade, é a somatória de esforços e recursos da Stellantis, Mercedes-Benz e TotalEnergies. Não por acaso Carlos Tavares, CEO da Stellantis, e Ola Källenius, CEO da Mercedes-Benz, estiveram presentes à solenidade de inauguração em Béthune-Bruay e Lens-Liévin a primeira das três que a ACC terá até 2026.
A planta francesa, a primeira das três que a ACC terá até 2026, é projeto de € 850 milhões, estará operacional no fim deste ano e a plena capacidade deve ser alcançada até o final de 2024. A tecnologia de íon de lítio para as células foi desenvolvida no centro de P&D da ACC na Bélgica em parceria com a fabricante de baterias Saft, subsidiária da própria TotalEnergies.
A unidade iniciará as atividades com capacidade superior a 13 GWh, passando para 40 GWh até 2030, quando a ACC espera estar empregando diretamente 2 mil pessoas — serão 600 funcionários até 2025.
Kaiserslautern, na Alemanha, e Termoli, Itália, abrigarão as duas outras plantas da ACC e que devem ser inauguradas, respectivamente, em 2025 e 2026. No total, a empresa terá 120 GWh de capacidade até 2030, fruto de investimento inicial estimado em € 7 bilhões.
“A nova fábrica da ACC é marco importante na transformação da Europa para tornar sua indústria automobilística mais resiliente, competitiva e sustentável, também na era elétrica”, disse o CEO da Mercedes-Benz.
“A produção de baterias no mesmo local onde a Stellantis ainda produz motores de combustão interna é um símbolo forte. Mostra como a antecipação e o diálogo com sindicatos, trabalhadores, líderes industriais e autoridades podem ajudar a construir o futuro num contexto de intensa mudança ”, discursou Tavares.
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A referência do principal executivo da quarta maior montadora global aos governantes franceses não foi gratuita. A planta da ACC recebeu incentivos dos governo francês, regionais e das cidades de Béthune-Bruay e Lens-Liévin.
Só a Stellantis tem planos de dispor de 250 GWh de capacidade na Europa até o fim desta década e 400 GWh, globamente, considerando outras duas plantas na América do Norte.
A montadora fabrica hoje 24 veículos movidos integralmente a baterias e pretende chegar a 75 opções em 2030, quando espera estar vendendo 5 milhões de unidades anuais.
Foto: Divulgação