Mesmo novatos, modelos mais baratos da marca perdem espaço no mercado
Mesmo diante do histórico de que volume nunca chegou a ser grande preocupação desde que começou a produzir seus automóveis no Brasil, ainda no fim da década de 90, a Honda parece cada vez menos disposta a brigar em segmentos de maior representatividade nos licenciamentos. Seus modelos mais baratos e renovados, os City Hatch e Sedan, não apenas não decolaram nas vendas, como vêm perdendo espaço para a concorrência em 2023.
Os lançamentos da nova geração do HR-V e do importado Civic, no segundo semestre do ano passado, sinalizaram essa postura da marca, agora evidenciada pelos números das duas versões do City.
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O hatch acumulou 5.849 licenciamentos de janeiro a maio. Repetiu, portanto, o fraco desempenho de igual período do ano passado, quando sua produção inicial ainda estava em fase de aceleração. É apenas o oitavo colocado do segmento, que cresceu 31% na mesma comparação.
No caso do Sedan, o desempenho é ainda pior. Em cinco meses, as 5.538 unidades acumuladas representaram recuo da ordem de 45% sobre igual período do ano passado. O segmento, entretanto, avançou acima de 11%.
O automóvel mais vendido da Honda no Brasil é exatamente o HR-V e muito à fente dos City. Para cada um City hatch ou sedã vendido, três HR-V são negociados. Nos cinco primeiros meses de 2023, já foram licenciadas mais de 15,7 mil unidades do SUV que tem preços acima de R$ 150 mil.
Sozinho, o utilitário esportivo respondeu por 57% dos quase 27,5 mil veículos vendidos pela Honda até agora em 2023. Trata-se de fatia alcançada por modelos de entrada em outras marcas e ainda assim de poucos casos.
Type R: esportivo para lustrar a imagem
E como se não bastasse o predomínio do HR-V nos licenciamentos, a Honda acaba de ingressar em faixa de preço ainda mais elevada. Mais uma vez pensando na imagem e não no volume, já vende o Civic Type R, também importado. Suas duas únicas configurações — sem ou com o pacote Traffic Alert — têm preço fechado R$ 429.900,00 e R$ 434.900,00, e carregam somente quatro pessoas.
Não se trata, naturalmente, de “mais” um Civic, mas de versão verdadeiramente esportiva do hatch, desta vez importada do Japão.
Sob o capô de alumínio, um motor 2.0 turbo e 297 cv e 42,8 kgfm de torque acoplado a um caixa de câmbio manual— sim, manual —, com pneus sob medida montados em rodas de 19 polegadas, bancos tipo concha e outros atrativos técnicos e visuais para quem aprecia — e pode pagar — pela imagem esportiva.
A segurança segue o padrão Honda mais elevado, com o pacote de série Sensing, que inclui controle de cruzeiro adaptativo, sistemas de frenagem de emergência, de permanência em faixa, de evasão de pista e comutação automática do farol alto. O pacote Traffic Alert acrescenta sistema de alerta de veículo em ponto cego e monitoramento de tráfego cruzado na traseira.
Em tempo: o importado Civic vendeu somente 291 unidades no Brasil em 2023, ante 16,1 mil do rival Toyota Corolla. Mais uma prova de que os tempos na Honda são outros,sobretudo tempos de produtos mais caros.
Foto: Divulgação
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