A luz verde prometida para esta quarta-feira, 21, e esperada com ansiedade pelas locadoras acabou mantendo-se no vermelho, o que não agradou a Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Veículos.

A entidade emitiu nota na noite desta terça-feira, 20, questionando a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC) de prorrogar por mais 15 dias o prazo para que as pessoas físicas comprem carros que custem até R$ 120 mil com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil.

“A Abla recebe com surpresa a prorrogação do prazo da venda de veículos exclusivamente para pessoa física”, inicia o comunicado, lembrando na sequência que o setor compra em torno de 30% da produção dos veículos, contribuindo com a estabilidade da indústria no Brasil.

A entidade, assim, não vê sentido em as locadoras não poderem participar do programa que foi criado para que as montadoras pudessem vender estoques que estavam parados.

“Caso a medida ainda venha a contemplar todos os compradores, PJ e PF, em um cenário em que o incentivo se torne isonômico e não discriminatório, aí sim a medida alcançará o objetivo de ampliar a produção de automóveis deste ano, o que é fundamental para garantir a efetividade e o fomento à produção e emprego”.

Na prática, há o risco de não sobrar modelos mais em conta para as locadoras comprarem. O crédito destinado pelo governo para os descontos nos automóveis é limitado a R$ 500 milhões e R$ 320 milhões já foram solicitados pelas montadoras.

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Por conta da MP 1.175, que previa a abertura de compras com desconto para pessoas jurídicas a partir desta quarta-feira, 21, as locadoras estão há um mês sem comprar modelos 0 km que custem até R$ 120 mil.

É que antes da edição da MP, em 6 de junho, os negócios nessa faixa de preço já estavam paralisados em função do anúncio de que o governo editaria um programa de incentivos para o setor automotivo, conhecido como pacote de carro popular.

Na expectativa de fazer compras a partir desta semana, as locadoras compraram carros mais caros na última semana de maio, contribuindo para que o mercado fechasse o mês com crescimento e não com queda. A contrapartida seria ter os benefícios neste final de junho na compra dos modelos de entrada e outros mais acessíveis, o que foi adiado pelo MDIC.


Foto: Pixabay

Alzira Rodrigues
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