Alexander Seitz, da VW, diz que falta de previsibilidade pode gerar paradas de fábricas em julho e agosto
O total dos R$ 500 milhões de crédito tributário aprovado pelo governo federal para o pacote do carro mais barato deve acabar entre esta quinta-feira, 22, e sexta feira, 23, bem antes do prazo de quatro meses estimado na medida provisória (MP) 1.175 e sem contemplar as pessoas jurídicas, como também projetado inicialmente.
“A festa acabou , comentou o presidente da Volkswagen para a América do Sul, Alexander Seitz, na noite da quarta-feira, 21, antes do evento The One, que premiou os melhores fornecedores da empresa na região.
Ele criticou a falta de previsibilidade que impera hoje no Brasil e que pode resultar em resultados contrários aos esperados por ocasião da divulgação do pacote de incentivos ao setor no dia 5 de junho.
O presidente da VW revelou que no dia 6 de junho, quando saiu a MP, até o dia 19, as vendas da marca no varejo tiveram a expressiva alta de 38% sobre o mesmo período de abril. Só que as vendas diretas, aquelas feitas para pessoas físicas, incluindo locadoras, caíram 35%.
“Na prática, vamos ter um empate, ou seja, o programa não vai levar ao efetivo aumento dos negócios do setor e maior ocupação da capacidade instalada conforme proposto”, destacou Seitz.
Na sua avaliação, há risco de haver paradas de fábricas, tipo layoff, em julho e agosto, por causa do atual tumulto do mercado, marcado por antecipação de compras pelo consumidor comum e ausência total de negócios por partes das pessoas físicas:
“Há toda uma cadeia de fornecedores que tem de ser considerada num pacote de incentivo de vendas. Da forma como foi aplicado, o programa excluiu metade do mercado. É bem complicado. Como disse, o que precisamos é de previsibilidade”.
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