O segmento fabricante de implementos rodoviários encerrou o primeiro trimestre de 2023 em pequeno declínio de 2,7% com 72,9 mil unidades entregues ante pouco mais de 75 mil anotadas um ano antes.
Pelos dados consolidados pela Anfir, associação que representa o segmento, a queda não foi mais expressiva pelo desempenho apresentado pela categoria de pesados.
Nos primeiros seis meses, o transportador de carga recebeu perto de 42,1 mil reboques e semirreboques, volume 4,6% superior ao registrado no primeiro semestre do ano passado, de 40,2 mil unidades.
Em trajetória oposta aos dos pesados, as vendas de carrocerias sobre chassi recuaram 11,3% no semestre, de 34,8 mil implementos, anotados no mesmo período do ano passado, para 30,8 mil no acumulado dos últimos seis meses.
Segundo avalia José Carlos Spricigo, presidente da Anfir, a disparidade de ritmo de vendas entre as categorias esbarra nos juros elevados e aumento da inadimplência das empresas.
“Os negócios que suportam o segmento de pesados, como o agronegócio e a construção civil, estão em alta e nossa indústria está respondendo o desafio de atender a demanda”, observa e completa: “o mercado atravessa dificuldades para obtenção do crédito”.
Spricigo, no entanto, acredita em cenário mais positivo daqui em diante, em especial por conta da expectativa em relação ao crescimento do PIB em 2,19%, conforme pesquisa semanal do Banco Central.
“Surgem visões positivas no mercado financeiro que nos animam”, resume o dirigente da Anfir. “O BC elevou sua previsão, o que de certa forma ajuda a balizar nossa expectativa que a reação positiva segue.”
Mas apesar do otimismo do dirigente, a associação mantém projeção de encerrar o ano com entregas em torno de 75 mil reboques e semirreboques e 60 mil carrocerias sobre chassi, volumes menores aos registrados em 2022. Se realizados, as vendas de pesados registrarão queda perto de 10% e, a de leves, 16%, com o mercado total em retração de 12%.
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Foto: Librelato/Divulgação
