O comportamento do mercado automotivo em junho foi totalmente atípico por causa da MP 1.175/23 publicada no dia 6. A média diária de venda ficou em apenas 6,8 mil unidades entre os dias 1º e 25, saltando para 16,2 mil de 26 a 30.
No último dia do mês foram emplacadas 27 mil unidades – terceiro melhor resultado diário da história do setor – e 79 mil veículos com bônus de desconto, ainda não licenciados, foram repassados das montadoras para as concessionárias.
Ao divulgar os números de junho e do semestre, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, comemorou os reflexos positivos do chamado programa do carro mais barato, que beneficiou principalmente o consumidor comum e contribuiu para a redução na faixa de 10% dos estoques nas redes e nas montadoras, de 251,7 mil para 223,6 mil unidades.
As vendas para pessoas físicas de veículos com preço até R$ 120 mil, aqueles contemplados com os descontos, teve alta de 51%, saltando de 36,6 mil em maio para 55 mil unidades em junho. “No caso dos modelos de entrada, até R$ 80 mil, a alta foi de 238%”, destacou o executivo.
“Estimamos que dos R＄ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil automóveis e comerciais leves. Desse total, contudo, só 54 mil tiveram emplacamento efetivado em junho”, afirmou Leite.
Diante desse quadro, julho, na avaliação da Anfavea, tem tudo para ser um excelente mês. Por enquanto, contudo, a entidade prefere não rever projeções feitas no início do ano, de crescimento inexpressivo de 3% nas vendas de veículos leves.
Apesar de ter sido uma medida de curtíssimo prazo, visto que os bônus do governo para descontos já foram praticamente esgotados, Leite avalia ter sido uma excelente medida para aquecer o mercado e reduzir os estoques, mostrando haver grande potencial de demanda reprimida por veículos 0 km.
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O pacote inicial envolveu R$ 500 milhões, direcionados basicamente a pessoas físicas. No dia 21 o MDCI divulgou um adicional de R$ 300 milhões, abrindo então as compras com desconto para locadoras e demais pessoas jurídicas.
Com relação ao segundo semestre, uma eventual queda nos juros pode atrair mais clientes nas lojas e contribuir para a manutenção do crescimento registrado até agora. Foram 998,6 mil emplacamentos no acumulado do ano, com elevação de 8,8% sobre o primeiro semestre do ano passado.
Foto: Pixabay
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