A corrida mundial para controlar ativos minerais tem se intensificado entre China, Estados Unidos e a União Europeia
Abusca por energias verdes, mobilidade limpa e forte redução de emissões tem norteado políticas públicas de dezenas de países. No entanto, essa trajetória que implica na ampliação das fontes de energia limpas, como solar, eólica e nuclear, pode esbarrar na restrição de recursos naturais, em especial minerais.
O alerta é da empresa de análises de dados GlobalData, que vê potencial para que objetivos sejam adiados se o fonrecimento de minerais críticos não atender a demanda de um projetado cenário em que a produção mundial de veículos elétricos esteja no patamar de 50 milhões anuais em 2035 e que o crescimento da eletricidade renovável continue em forte aceleração.
O relatório temático da GlobalData “Critical Minerals” identifica que quinze minerais vitais para a transição energética. Cinco deles são os mais críticos — lítio, cobalto, cobre, níquel e elementos de terras raras — e essenciais para o desenvolvimento de baterias para veículos elétricos, assim como para equipamentos de energia solar, eólica, nuclear e de hidrogênio.
“Vários minerais que são críticos para a transição energética estão enfrentando diversas restrições do lado da oferta. Isso inclui escassez de suprimentos, monopolização de recursos e impedimentos geopolíticos”, enfatiza Isabel Al-Dhahir, analista deInteligência Temática da GlobalData.
A analista reforça outro aspecto:
“A geopolítica está agora no centro da discussão crítica sobre minerais. A presença física de muitos minerais é restrita a certas regiões da Terra, e a China domina a aquisição e processamento de muitos outros. Isso ajudou a acelerar o desenvolvimento das indústrias de veículos elétricos e de transição energética da China. Após uma reação tardia, os Estados Unidos e a União Europeia estão ansiosos para equilibrar essa balança.”
O relatório destaca ainda que depósitos de minerais críticos são normalmente encontrados em regiões específicas do mundo. Grande parte das reservas mundiais de lítio, por exemplo, estão concentradas na América do Sul e na Austrália, enquanto a República Democrática do Congo fornece boa parte do cobalto mundial e a Indonésia domina a produção de níquel.
A corrida para controlar esses ativos minerais tem se intensificado entre a China, que domina hoje a cadeia de abastecimento mineral e o desenvolvimento de tecnologias de transição energética, os Estados Unidos e a União Europeia.
Não por outro motivo Estados Unidos e União Europeia têm anunciado invetimentos de centenas de bilhões de dólares para apoio financeiro para suas indústrias de transição energética e a criação de cadeias de suprimentos minerais independentes, recorda Isabel Al-Dhahir.
Foto: Divulgação
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