Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizam uma série de ações atualmente em busca de atrair investimentos do setor automotivo para a região.
Com foco na produção local de ônibus elétricos e outros veículos, eles assinaram na semana passada, em Brasília, carta de intenções com representantes das chinesas Chery e Beijing Peak Automotive e receberam, no primeiro dia do mês, uma delegação da Sinomach (China National Machinery Industry Corporation).
“São empresas chinesas que querem investir na região dentro do nosso projeto da #ARetomada, cuja finalidade é garantir novos investimentos na região”, comentou Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A citada carta de intenção foi assinada por ele e o diretor executivo da entidade, Aroaldo Oliveira da Silva, na quinta-feira da semana passada, 6. No encontro, os dirigentes sindicais destacaram a importância da região, que já abriga a Eletra, fabricante de ônibus elétrico em São Bernardo do Campo, e as montadoras Volkswagen, Scania e Mercedes-Benz – no contexto brasileiro automotivo.
“O compromisso das empresas chinesas de fazer investimentos deste porte na nossa região é uma ótima notícia, porque traz mais geração de empregos, renda, crescimento industrial e do comércio do ABC. São investimentos que vêm com os esforços dos Metalúrgicos do ABC, das frentes parlamentares Brasil-China e BRICS do Congresso Nacional e da IndustriALL-Brasil”, informou Selerges.
No caso da Chery, importante lembrar que em maio do ano passado a empresa anunciou o fechamento da sua fábrica paulista de Jacareí, onde produzia o Tiggo 3X, informando na ocasião que a unidade seria reformada para produzir veículos elétricos e híbridos. A Chery mantém parceria local com o Grupo Caoa, que produz modelos da marca chinesa em Anápolis, GO.
Sobre o interesse das montadoras chinesas de investirem no Grande ABC, o diretor executivo Aroaldo Oliveira da Silva, que também é presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC e da IndustriALL-Brasil, destacou os atrativos da região para esse tipo de empreendimento:
“Temos um parque industrial consolidado, uma cadeia de fornecedores organizada, mão de obra qualificada e especializada e sistemas de governança que dão suporte para as empresas, além de um espaço privilegiado com universidades, escolas técnicas e institutos de ciência e tecnologia”.
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No encontro do dia 1º, os presidentes do sindicato, da Sinomach, Cai Jibo, e da Frente Parlamentar Brasil/China do Congresso Nacional, deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), assinaram um memorando de entendimentos para a promoção de investimentos estratégicos na região, cooperação para aprimoramento do setor produtivo e valorização do capital humano.
Entre outras ações, os dirigentes sindicais estiveram recentemente com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em Caxias do Sul (RS), em visita às instalações da Marcopolo.
“Conversamos com o ministro Padilha sobre a importância da política industrial para o País. A Marcopolo é a maior fabricante de ônibus do mundo e produz ônibus elétricos, que nos interessa muito. Nosso País precisa ter uma transição do combustível fóssil para o elétrico e discutimos com a direção da Marcopolo sobre essa transição”, ressaltou Selerges.
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A Chery já tem uma fábrica parada em Jacareí e sabe-se lá se ela realmente vai ser reativada ou se é apenas conversa. Ao invés de retomar a produção ou mesmo colocar a planta à venda, para que outra empresa retome atividades e gere emprego na região do Vale do Paraíba, qual a lógica de construir uma nova fábrica se já tem outra em compasso de espera?