Mesmo com o robusto crescimento dos emplacamentos no fim de junho e na primeira quinzena de julho por conta do já encerrado programa governamental de incentivos às vendas de carros de até R$ 120 mil, a Volkswagen voltou atrás em sua decisão de não adotar novas medidas de restrição de sua produção no curto prazo.
Nesta segunda-feira, 18, a montadora confirmou que adotará layoff para 800 trabalhadores na fábrica de Taubaté, SP, por período que pode durar até cinco meses, mas que, inicialmente, segundo nota da empresa, tem prazo de dois meses e começa a vigorar a partir de 1º de agosto. A decisão implicará na eliminação de um turno de trabalho.
No mesmo texto, a Volks reiterou que as fábricas de São Bernardo do Campo e São Carlos, SP, retornarão na quinta-feira, 20, de férias coletivas de 10 dias para dois e um turno de produção, respectivamente. A planta de São José dos Pinhais, PR, trabalha com um turno em layoff desde 5 de junho.
As ferramentas de flexibilização estão previstas no acordo coletivo firmado entre a empresa e o Sindmetau, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e que garante estabilidade de emprego aos trabalhadores até 2025.
“Desde que firmamos o acordo em 2020, o qual foi renovado no ano passado, a montadora utilizou um terço dos dias produtivos para aplicar medidas de flexibilização, como layoff, férias coletivas, shutdown, dayoff e banco de horas”, lembra Claúdio Batista, presidente do sindicato.
O layoff em Taubaté, agora confirmado para agosto, estava previsto, em princípio, para junho e depois foi adiado para julho. Com o lançamento do programa de incentivo à venda de veículos de entrada, a montadora chegou a anunciar que não adotaria mais a suspensão dos contratos neste ano.
Entre 26 de junho e 3 de julho, destaca o Sindimetau, os trabalhadores de Taubaté ficaram fora da produção por meio de shutdown e dayoff, retornando no último dia 4 de julho.
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A VW conta com cerca de 3.100 trabalhadores e trabalhadoras em Taubaté. A adoção do layoff chama a atenção também por ser Taubaté a base produtiva do Polo Track, produto de entrada e líder de vendas da marca.
Pelo acordo coletivo, a Volkswagen se comprometeu também a fabricar na unidade, que hoje conta com cerca de 3,1 mil funcionários, um SUV compacto a partir de 2025.
Foto: Divulgação