Mercados representativos em baixa reduzem em 17% os embarques mensais de veículos
Pela primeira vez o México se posicionou como o maior destino das exportações brasileiras de veículos ao superar os embarques para a Argentina. No acumulado sete primeiros meses, o país da América do Norte recebeu mais de 82 mil unidades, em alta de 89% em relação ao volume embarcado há um ano, de 44 mil.
Na mesma base comparação, as exportações para Argentina somaram 81 veículos no período ante 84 mil enviados um ano atrás, queda de 2,6%. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, aponta que apesar de crescimento no mercado interno argentino, as remessas brasileiras já vinham em ritmo menor e alerta para recentes mudanças tributárias.
“O governo argentino criou um imposto de 7,5% sobre as importações do Brasil para a Argentina. O tributo provoca impacto no fluxo dos embarques, o que prejudica nossas exportações e a competitividade do produto brasileiro no mercado argentino”, observou o dirigente durante apresentação do balanço do setor automotivo, na segunda feira, 7.
“Também é flagrantemente contra o ACE, acordo que disciplina as relações bilateral comerciais, uma vez que, na prática, se trata de um imposto de importação travestido com outra denominação. Isso tem sido objeto de discussões entre os governos. Temos de garantir que o acordo seja cumprido, que ocorra competitividade e não aumento de custos.”
Leite ainda lembrou ainda cenários pouco animadores de destinos relevantes da produção brasileira de veículos, como a Colômbia e o Chile. Em virtude da atual baixa demanda nos mercados internos, também as exportações ficam prejudicadas.
No caso da Colômbia, os embarques de janeiro a julho na comparação com o mesmo período do ano passado recuaram 42%, de 47 mil para 27 mil unidades. Para o Chile, a queda alcançou 61%, de 41 mil para 18 mil.
Diante da conjuntura e apesar do crescimento nos envios para o México, o volume de embarques caiu 17,1% em julho sobre junho, ao embarcar 30,3 mil unidades. No confronto com o mesmo mês do ano passado, quando as remessas somaram 41,9 mil veículos, a queda foi de 27,6%. Nos sete primeiros meses, a baixa nos embarques chegou a 10,6%, de 288,1 mil unidades para 257,5 mil.
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