No segundo dia da 30ª edição do Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, promovido pela AEA na capital paulista nesta quinta-feira, 17, painel sobre “O futuro da mobilidade sustentável” focou em tendências na área energética, programas do governo federal e mobilidade urbana.
Everton Lopes, vice-presidente da entidade, lembrou que os veículos flex representam hoje 83% da frota circulante no País e aproveitou o evento para citar estudos em curso entre o setor automotivo e representantes do governo sobre incentivos ao uso do etanol.
“O único caminho é a vantagem financeira”, comentou Lopes. “Entre as ideias em debate, tem uma bonificação para descontos em abastecimentos futuros no caso dos usuários que só utilizam etanol e taxas menores de impostos para os veículos que rodem apenas com o biocombustível”.
Também presente no painel, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia, Marlon Arraes, falou com o AutoIndústria sobre os incentivos em dabate para incrementar o uso do etanol, hoje limitado a 30% dos veículos flex que rodam no País:
“É um projeto que vem sendo discutido no âmbito do nosso ministério e que depende de legislação”, comentou, admitindo ser uma boa ideia incluí-lo na segunda fase do Rota 2030, que envolve justamente novas metas de redução de emissões. Ele lembrou que uma das grandes novidades dessa nova etapa do programa automotivo é a de medir emissões do poço à roda.
Na véspera, Arraes chegou a admitir que a novo ciclo do Rota 2030, que seria de 2023 a 2027, pode ser postergado para 2028. “Ouvi algo nesse sentido, mas que eu saiba não há nada definido”, informou nesta quinta-feira, 17.
O representante do MME aproveitou o painel do Simea para mostrar o atual estágio dos programas do governo, dentre os quais o RenovaBio e o Combustível do Futuro. No primeiro caso, o governo abrirá consulta pública no mês que vem.
“Vamos ter várias políticas relativas ao biocombustível, incluindo a área agrícola e impostos estaduais. O importante é o Brasil definir as rotas que vai seguir. Temos alternativas para reduzir emissões de CO2 que independem de gastos relativos a incentivos ao usuário como acontece em outros países com relação ao carro elétrico”, lembrou Arraes.
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Sobre proposta relativa ao E30, que seria o aumento da proporção do etanol gasolina de 27% para 30%, o representante do MME disse que vai ter um grupo de trabalho para constatar a viabilidade técnica da medida, que por enquanto é apenas uma proposta do governo.
Também participou do painel desta quinta-feira uma representante da FGV, Daniela Swiatek, que apresentou estudo sobre mobilidade urbana em grandes cidades. O projeto Big Data, que estudou a mobilidade em cinco grandes cidades da região, incluindo países da América do Sul e México, será implementado em São Paulo no próximo dia 1º de setembro.
“Política pública não pode ser feita no achismo e, por isso, definimos um projeto com base em evidências. As prefeituras precisam de ajuda da iniciativa privada, pois só assim haverá avanços em termos de mobilidade sustentável”, comentou Daniela.
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