Ao apurar um aumento de sete vezes nas exportações a partir do Brasil, a Iveco reforça plano e determina metas para atuar de maneira mais consistente no comércio externo. Marcio Querichelli, presidente da Iveco para América Latina, conta que de volumes de algumas poucas centenas embarcadas em 2019, hoje exporta em torno de 2 mil veículos por ano. “O objetivo é chegar a 5 mil unidades nos próximos três a cinco anos.”
Na estratégia, que visa vendas para países da América Central e da América do Sul, como Chile, Peru, Paraguai e Uruguai, Querichelli pretende atender com diferentes níveis de emissões. “Ser uma referência na região com fornecimento de veículos abaixo do Euro 6, para países que ainda demandam motores equivalentes ao Euro 3 ou Euro 5.”
Ao mesmo tempo, a empresa analisa cenários para reforço no programa denominado Natural Power, que concentra veículos de baixa emissão. Com um exemplar do ônibus elétrico e-Way, após peregrinação de apresentações pela região, a Iveco inicia projeto de adaptações para poder participar de licitações brasileiras e, com isso, a possibilidade de produção nacional.
Ainda no portfólio de elétricos, o presidente da Iveco adianta para até o fim do ano o desembarque no País de um lote de 20 unidades do Daily acionado por bateria. “Os veículos estarão com parceiros estratégicos em toda a região em uma primeira etapa de possível oferta.”
Enquanto articula o futuro, Querichelli enxerga o presente como desafiador, mas com resultados alentadores. A fabricante fechou o primeiro semestre com participação de 10,3% no mercado, com pico de 13% no mês junho, “o melhor da história da Iveco no Brasil”, ressalta.
Fato que as vendas caíram, mas patamar menor que a média do mercado. Nos sete primeiros meses, de acordo com os dados da Anfavea, enquanto o total de emplacamentos recuou 11,9%, os licenciamentos da Iveco contraíram 7,2%.
Para o executivo, o sinal do Banco Central para início progressivo de queda da taxa Selic surge em boa hora. “Os desafios do atual momento são muitos. Os novos produtos Euro 6 têm aumentos de 20% a 30% no preço, depois os juros altos dificultam os financiamentos com restrição ao crédito. Com a Selic menor, o mercado destrava e, assim, podemos voltar a ter perspectiva de um mercado de 140 mil a 150 mil veículos.”
Para esse ano, o presidente da Iveco trabalha com estimativa de queda por volta de 20%, mercado entre 100 e 110 mil caminhões.
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Foto: Iveco/Divulgação
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