Avenda local de veículos eletrificados superou neste início de setembro o total comercializado no ano passado inteiro. A informação é do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que destacou participação de 60% de modelos chineses no total dos negócios com elétricos e híbridos realizados este ano.
Foram emplacadas 49,1 mil unidades de janeiro a agosto, sendo que nos 12 meses de 2022 o total foi de 49,2 mil. “Do total de eletrificados licenciados em oito meses, mais de 30 mil unidades vieram da China”, informou o executivo.
Os híbridos predominam com folga, tendo alcançado 43,2 mil emplacamentos até agosto, ante apenas 5,9 mil unidades dos 100% elétricos. Só que estão chegando ao País modelos mais baratos do que os disponíveis até o primeiro semestre deste ano, dentre os quais o BYD Dolphin e o GWM Ora 03.
Na avaliação da Anfavea, é preciso retomar o Imposto de Importação de 35% para modelos elétricos e híbridos, mesmo que de forma escalonada. “Nossa indústria precisa de previsibilidade. Se não houver sinalização de que o imposto zero uma hora vai acabar, não há razão para as montadoras investirem em produção local, visto que a competitividade dos chineses é maior”.
Atualmente há produção local de híbridos da Toyota e Caoa Chery, sendo que a Stellantis já informou que terá modelos do gênero a partir do ano que vem e a Volkswagen também desenvolve híbrido flex para comercializar localmente. A própria chinesa BYD, que vai operar nas instalações que eram da Ford em Camaçari, BA, revelou que todos os seus híbridos vão poder utilizar etanol.
Ao divulgar o balanço do setor em agosto, Lima Leite falou da participação crescente dos chineses na América Latina e do risco de dominarem também no mercado brasileiro.
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As exportações brasileiras que visam prioritariamente os países da região estão em queda este ano. Foram embarcados 292,1 mil veículos, recuo de 12,8% sobre total de 335 mil de janeiro a agosto de 2022.
Em agosto houve aumento de 13,8% sobre julho, com 34,5 mil e 30,3 mil embarques, respectivamente, “mas os números do ano ligam o alerta sobre a perda de competitividade dos produtos brasileiros frentes aos chineses”, comentou o presidente da Anfavea.
“Até 2021, o Brasil era o país que mais exportava para os países vizinhos. No ano passado, a China tomou a dianteira, com 21,2% de presença, ante 19,4% do Brasil. Precisamos urgentemente aumentar nossa competitividade para exportar ou perderemos ainda mais terreno em nossos principais destinos, não só para a China, mas para outros países emergentes da Ásia, como Índia, Tailândia e Indonésia”, enfatizou Leite.
Foto: Divulgação/BYD
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