Já conhecido na Europa desde o ano passado e desde então com algumas exibições públicas no Brasil, o Megane E-Tech foi lançado nesta quinta-feira 19, em São Paulo. O modelo passa a ser a mais nobre representação da estratégia de eletrificação da marca francesa para o mercado local.
Fabricado na planta francesa de Douai, que integra o gigantesco complexo produtivo ElectriCity da Renault dedicado ao desenvolvimento e produção de veículos elétricos, o novo Megane manteve apenas o nome conhecido do sedã e até da station wagon vendidos aqui.
A montadora o define agora como um crossover esportivo, que associa um intrigante design a amplo espaço interno, além, obviamente, da motorização exclusivamente elétrica. Começa a ser vendido na rede de concessionárias e canais digitais a partir de agora, sem opcionais, com cortesia de carregador wallbox para os cem primeiros compradores.
O preço de R$ 279.900,00 para a versão única pode, sim, incomodar alguns concorrentes chineses e, mais ainda, como almeja a Renault, iniciar uma nova fase de sua imagem de marca no País, que sofreu com poucas e conservadoras novidades nos últimos anos, quadro que resultou em significativa perda de participação.
O modelo foi concebido sobre a plataforma glogal CMF-EV, da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, e é dotado de motor único que desenvolve 220 cv e tem torque instantâneo de 30,6 kgfm. Com ele, diz a Renault, o crossover acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, desempenho que, se confirmado, é para lá de interessante para um veículo de sua categoria.
O interior não foge muito do que produtos de outras marcas do segmento têm oferecido. O estilo chega a ser até mesmo discreto para um produto de ponta, sem nenhum grande arroubo nas formas e soluções de comandos, com exceção da alavanca de marchas atrás da direção, o que permitiu mais espaço entre os bancos dianteiros.
Por dentro destacam-se mesmo a tela de multimídia OpenR combinada ao cluster digital de 12,3” e revestimentos têxteis — vale destacar — produzidos a partir de materiais reciclados, assim como componentes da parte inferior do cockpit e da estrutura do painel. No fim do ciclo de vida, 95% do veículo poderá ser reciclado, calcula a Renault.
As linhas e soluções marcantes de estilo da carroceria, entretanto, chamarão a atenção mesmo do observador menos atento. Os faróis são em Full Led e, junto com deles, destaque para as rodas diamantadas de 18”.
As maçanetas embutidas também merecem registro. Com a aproximação do motorista ou do passageiro dianteiro — ou quando o veículo é destravado — são destacadas da carroceria por um sistema elétrico e retornam à posição dois minutos depois de veículo ter sido estacionado, quando começa a rodar ou ainda com o travamento das portas.
O crossover, primeiro veículo a ostentar a nova logomarca da Renault, tem porte superior ao do SUV Captur, até agora o modelo topo da linha nacional, mas que está se despedindo do mercado há meses.
Com 4,2 metros de comprimento, é superado em 17 centímetros pelo SUV que foi montado em São José dos Pinhais, PR, até o ano passado. Em compensação, tem 1 centímetro a mais no entre eixos (2,68 m).
A bateria, acomodada sob o assoalho, tem apenas 11 centímetros de espessura, o que ajudou na melhor alocação dos espaços internos. A capacidade do porta-malas é de 440 litros.
Com a plataforma exlcusiva dedicada a elétricos, o Megane E-Tech tem compartimento do motor reduzido, já que os componentes dos motores elétricos são menores do que os dos carros equipados com motorização a combustão.
A montadora assegura que mais de 300 patentes foram registradas para a CMF-EV e o Megane E-Tech, e que protegem inovações do sistema propulsor, gestão térmica, arquitetura e acústica.
O motor, também desenvolvido pela Aliança e já utilizado pela montadoras parceiras, é fabricado em Cleon, na França, e também pela Missan, no Japão. Incluindo a transmissão, pesa apenas 145 quilos. Com bateria de 60 kWh e 395 quilos, permite autonomia de até 495 km no uso urbano e 463 km no rodoviário, segundo a norma SAE J1634, utilizada pelo Inmetro.
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A garantia da bateria, composta de 12 módulos de 24 células cada, é de 8 anos ou 160 mil km. A Renault enfatiza que, durante este período, elas serão substituídas gratuitamente caso sofram deterioração que resulte em nível inferior a 70% de sua capacidade nominal.
O carregamento em infraestruturas de corrente contínua (DC) de até 130 kW leva 36 minutos de 15% a 80%. Em Wallbox de 22 kW é necessária 1h50.
Além de uma profusão de ajustes personalizáveis no interior, sobretudo da iluminação, o Megane E-Tech tem sistema de alerta sonoro externo também personalizável, que avisa os pedestres sobre sua presença. Batizado de VSP (Vehicle Sound for Pedestrians ou sons de alerta para pedestres), o recurso é ativado quando o veículo está entre 0 e 30 km/h.
O pacote de tecnologias de segurança e auxílio à condução também é completo. Conta com alerta de saída de faixa, de pontos cegos, assistente de manutenção de faixa, frenagem automática de emergência em marcha a ré, alerta de tráfego cruzado traseiro, sensores de proximidade frontais e traseiros, câmeras e piloto automático adaptativo com stop&go, dentre outros.
Foto: Divulgação
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