Em palestra no seminário da AEA, gerente de Compliance defende maiores investimentos em nacionalização
Responsável pela palestra de encerramento do Seminário de Manufatura promovido pela AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, ao longo desta quinta-feira, 21, na capital paulista, o gerente de Compliance da Stellantis, Leonardo Amaral, falou da importância dos investimentos em nacionalização no processo de descarbonização do setor.
“Não conseguimos comprar internamente pelo menos 20% dos componentes dos carros aqui produzidos. Só para citar um exemplo, a câmera de ré, disponível hoje em vários modelos, não tem produção local. Depende exclusivamente de importação”, comentou o executivo, destacando que o único caminho para mobilidade sustentável no País é o da localização de peças.
Reafirmando postura que a Stellantis vem manifestando há tempo, Amaral disse que manutenção da cadeia automotiva brasileira passa pela produção do carro híbrido antes de partir para o 100% elétrico.
Lembrou do projeto Bio-Hybrid, revelado pela empresa no mês passado, que “em breve”, segundo ele, contemplará lançamento de híbridos a etanol no mercado brasileiro.
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“O etanol é a mobilidade sustentável no Brasil”, enfatizou Amaral. “Ir direto para o elétrico prejudicaria a cadeia automotiva nacional”.
Em sua 7ª edição, o Seminário de Manufatura da AEA teve por tema “Presente e futuro da manufatura avançada: impactos do Rota 2030 – do Ciclo I para o Ciclo II. A primeira palestra esteve a cargo de Adriano Barros, diretor de Relações Públicas e Governamentais da General Motors América do Sul.
Ele lembrou que o Rota 2030 muda de nome a partir do início do segundo ciclo, que deve ser anunciado este mês ou no próximo, passando a ser denominado Programa Mobilidade Verde e Inovação.
De acordo com Barros, os investimentos em P&D em 2022, decorrente de ações previstas no Rota 2030, chegaram a R$ 4,37 bilhões. Na sua avaliação, o Brasil pode ser líder global no processo de descarbonização da mobilidade e logística.
“Um dos grandes talentos do País é o setor automotivo. Poucos países têm tantas fábricas e a nossa capacidade de engenharia. Temos de aproveitar e agregar valor à produção”, comentou o executivo, enfatizando que o setor tem de expandir talentos e requalificar. “O risco do Brasil não é recessão. É subdesempenho. Já temos projetos do berço ao túmulo e podemos ser protagonistas quando o tema é descarbonização”.
Também participaram do seminários representantes de entidades empresariais, da Funep e fornecedores de peso do setor automotivo, dentre os quais os das áreas de pneus, vidros, aço, alumínio e polímeros, entre outros.
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