Éclaro que não se trata — ainda — da temida invasão de veículos chineses ao mercado brasileiro. As novatas marcas GWM e BYD têm, até agora, participações residuais. No entanto, já geram algum incômodo para as marcas tradicionais em segmento lucrativos e, mês a mês, vêm colhendo números de licenciamentos crescentes.
O recorde de vendas foi registrado exatamente no mês passado, quando a dupla chinesa, que têm produção local prevista para pelo menos daqui um ano, negociou mais de 3,4 mil veículos — 2,1 mil BYD e 1,3 mil GWM.
A participação mensal de 2,4% no segmento de automóveis de passeio também foi a melhor desde que os primeiro veículos das duas marcas começaram a chegar no Brasil importados da China, em meados do primeiro semestre.
Apenas dois meses antes, em julho, a fatia de mercado da BYD e GWM foi a metade, 1,2%, com 2,1 mil licenciamentos, segundo levantamento da Fenabrave.
No acumulado dos nove primeiros meses, naturalmente, as chinesas aparecem com penetração mais modesta: 1%. Com 6 mil e 5,9 mil unidades, respectivamente, BYD e GWM têm, na prática, 0,5% de penetração cada uma em 2023 e somadas 11,9 mil unidades licenciadas.
É bom lembrar, contudo, que mais da metade dessa frota, 6,3 mil unidades, foi negociada somente nos últimos dois meses.
Se apenas mantiverem a média de agosto e setembro no último trimestre — e devem superá-la, quase certo —, as duas marcas encerrarão 2023 com cerca de 24 mil veículos negociados. Em 2022, por exemplo, a Citroën vendeu pouco mais 29 mil automóveis de passeio.
O GWM Haval 6 é o carro chines mais vendido até agora. O SUV alcançou 1,3 mil unidades no mês passado e quase 5,9 mil ao longo do ano. Já superou, com folga, os 4,6 mil licenciamentos do Caoa Chery Tiggo 7, utilitário esportivo nacional de preço inferior, e ameaça o sedã Nissan Versa, que acumulou 6,3 mil emplacamentos.
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Mesmo ingressando efetivamente no mercado somente a partir do segundo trimestre com produtos acima de R$ 150 mil, BYD e GWM já aparecem, respectivamente, na 13ª e 15ª colocações no ranking de marcas de automóveis de passeio. Deixaram para trás fabricantes pesos-pesados como Volvo, Audi, Mitsubishi, Land Rover e Mercedes-Benz.
Não é pouca coisa para empresas, marcas e produtos absolutamente desconhecidos no Brasil há apenas um ano e que ainda tiveram de driblar o preconceito que existente quanto a produtos chineses. E mais: com vendas diretas e sem redes de concessionárias e pós-vendas totalmente constituídas!
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