Programa de descontos do governo para o segmento de pesados expira e apenas um terço do total de R$ 1 bilhão foi solicitado pelas fabricantes
O ritmo do chão de fábrica de caminhões segue em movimento de ajuste para atual baixa demanda de mercado. No mês passado, saíram das linhas de montagem 8,2 mil unidades, expressivas quedas de 14,6% em relação a agosto (9,6 mil) e de 45% no confronto com setembro de 2022 (14,9 mil).
Com isso, ao longo dos nove meses, a indústria de caminhões produziu 71,7 mil unidades, volume 38,5% menor na comparação com o mesmo período do ano passado, quando registrava 116,6 mil unidades montadas.
De acordo com a Anfavea, não há novidade na conjuntura atual que, ao menos por enquanto, tem colocado freio na produção do segmento.
“Aumento de preço do caminhão com a mudança nas regras do Proconve P8, restrição de crédito e antecipação de compra que aproveitou a alta na produção do último trimestre do ano passado são os principais fatores da baixa. O resultado até agora reflete movimento de ajuste a uma nova demanda de mercado”, resumiu Vinicius Pereira, assessor da presidência da Anfavea, durante apresentação dos resultados do setor na sexta-feira, 6.
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A associação também lamenta o fim da MP 1.175 no segmento de pesados com baixo uso dos recursos disponíveis. A medida colocou R$ 1 bilhão a ser revertido em crédito tributário com a contrapartida de entregar o veículo com ao menos 20 anos para sucateamento.
O programa deixou de ter validade no último dia 3 de outubro. Do total de R$ 700 milhões para compra de caminhões, apenas R$ 130 milhões foram solicitados. No caso de ônibus, R$ 110 milhões deixaram de ser usados dos R$ 300 milhões disponíveis.
“Perdemos recursos que poderiam ter ajudado diante do atual momento de baixa do mercado de caminhões”, resumiu o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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