Realizada na quinta, 25, e sexta-feira, 26, a assembleia geral da OICA, Organização Internacional dos Construtores de Automóveis, reuniu representantes de 15 países na capital paulista, que debateram os rumos do setor com foco, principalmente, em descarbonização. Foi a primeira vez que um encontro do gênero aconteceu no Brasil.

Sediada em Paris, na França, a entidade é composta por 36 associações que abrangem fabricantes responsáveis pela produção global de cerca de 90 milhões de veículos por ano.

Organizada este ano pela Anfavea, a reunião recebeu representantes da África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia, além dos executivos brasileiro e membros da ACEA, European Automobile Manufacturers’ Associatio.

Durante a solenidade de abertura do evento, o vice-presidente da República e títular do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou por vídeo a satisfação de receber no País a assembleia geral da OICA:

“É motivo de grande orgulho saber que o Brasil foi o escolhido para sediar os importantes debates sobre descarbonização, segurança, automação, conectividade e outros que têm impactado a indústria da mobilidade e dos transportes. As riquezas do Brasil vão muito
além da nossa geração limpa de energia e de nossos recursos minerais e agrícolas. Somos ricos em tecnologia, em capacidade industrial, em formação técnica e acadêmica. Temos um papel de protagonismo em questões energéticas e podemos dar grandes contribuições para o planeta com nossa expertise em biocombustíveis”.

John Bozzella, presidente da OICA, comentou que as discussões técnicas ocorridas na assembleia geral refletem o momento disruptivo pelo qual passa a indústria automotiva: “Por isso é tão importante essa troca de experiências e boas práticas entre tantos países fabricantes, com diferentes culturas e abordagens sobre os temas mais urgentes do nosso setor”.

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Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, aproveitou o encontro para comentar que por ser parte do problema, o setor automotivo tem de ser parte ativa da solução e, nesse sentido, o Brasil tem muito a contribuir:

“A eletrificação é um processo que veio para ficar. Além disso, temos longa experiência com biocombustíveis, em especial o etanol e o biodiesel, além de alternativas bem encaminhadas como o biogás, o HVO e o hidrogênio verde”.

Pelos cálculos da entidade sobre a emissão do poço à roda, a utilização de etanol na frota brasileira de veículos flex circulante significa, em termos de redução das emissões de CO2, o mesmo se o País tivesse 8 milhões de carros elétricos rodando em saus vias: “Poderia ser melhor se mais pessoas adotassem o etanol nas bombas e não apenas os 30% da média atual”, comentou Leite.


Fotos: Divulgação/Anfavea

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