Mercado

Mercado de veículos leves cresce graças às vendas diretas

Com o varejo respondendo por menos da metade dos 206,7 mil emplacamentos, outubro foi o 2º melhor mês do ano

Com as vendas diretas respondendo por mais da metade dos negócios totais — exatos 54,7% —, o mercado de veículos leves teve em outubro o segundo maior volume do ano, só perdendo para o mês de julho (215,7 mil), quando ainda vigoravam os descontos propiciados pela MP 1.175.

Foram emplacados 206.699 automóveis e comerciais leves no mês passado, o que representou crescimento de 10,2% sobre setembro (187.430) e de 22,7% sobre outubro do ano passado (168.452).

Do total, 113.047 unidades foram negociadas pela modalidade de venda direta e 93.622 foram transações comuns de varejo. É o segundo mês consecutivo que o atacado supera o varejo, com fatia próxima de 55%.

Ao divulgar o balanço mensal, o presidente da Fenabrave José Maurício Andreta Jr. atribuiu o desempenho positivo no mercado de leves e também de motos ao fato de outubro ter tido um dia útil a mais do que setembro.

No acumulado do ano, o mercado absorveu 1.741.128 veículos leves, alta de 11,4% sobre total de 1.563.544 do mesmo período do ano passado.

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Vale lembrar que algumas montadoras, incluindo a Renault, estão praticando venda direta para o consumidor comum. Essa ação, que envolve emissão de nota fiscal direto da montadora para o cliente final e uma comissão menor para o concessionário, propicia redução de preço que favorece o movimento nas lojas.

Além dessa prática, também houve em outubro um aumento das promoções no varejo para atrair o consumidor comum para as lojas. Várias marcas anunciaram descontos e condições especiais de financiamento.

Veto ao crédito

Andreta Jr. aproveitou a divulgação dos números de outubro para lamentar o veto ao trecho que previa a retomada de veículos de forma extrajudicial no Marco Legal das Garantias (Lei 14.711), sancionado dia 30 e publicado em 31 de outubro.

“O custo do crédito afeta o poder de compra dos brasileiros e é preciso mecanismos que deem maior segurança jurídica aos credores, para que, dessa forma, seja avaliada a possibilidade de diminuir os encargos dos financiamentos. Precisamos de medidas de estímulo ao crédito no País e tínhamos confiança de que o Marco Legal das Garantias poderia contribuir para isso”, comentou o executivo.

O presidente da Fenabrave lembra que o setor de distribuição de veículos precisa de escala no varejo para operar de forma sustentada: “Nesse sentido, a Lei de Retomada do Bem seria um forte aliado, reduzindo a restrição de aprovação das fichas cadastrais dos consumidores nos financiamentos dos veículos. Quem mais sofre, com esse veto, são os consumidores”.


Foto: Divulgação/BMW

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Alzira Rodrigues

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