México é exceção, cresce 66% e se torna maior consumidor de veículos brasileiros
As exportações brasileiras de veículos somaram 31,3 mil unidades em outubro, o segundo pior resultado mensal do ano, acima apenas do que as 27,4 mil unidades embarcadas em setembro. O fraco desempenho do mês passado ajudou a puxar ainda mais pra baixo os números da indústria ao longo de 2023.
Nos dez primeiros meses do ano, seguiram para outros mercados 354,2 mil automóveis, comerciais leves e comerciais pesados, decréscimo de 12,8% sobre o mesmo intevalo de tempo do ano passado. Em valores, porém, a indústria comemora faturamento no ano de US$ 9,3 bilhões com as exportações, evolução de 8,1%.
Exportações em queda já eram projetadas pela Anfavea desde o começo do ano, mas em índice muito inferior: 2,9%, quase empate técnico com 2022.
Desde então, porém, os embarques caminharam muito abaixo do ritmo esperado, forçando a revisão da projeção para o ano com queda muito mais acentuada, de 12,7%, patamar alcançado após outubro.
Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, ponderou nesta quarta-feira, 8, que o quadro poderia ser ainda mais difícil se não fossem os embarques registrados para o México.
O país da América do Norte, que exibe crescimento de suas vendas internas de 24% nos primeiros dez meses, é o único entre os principais mercados dos veículos brasileiros a demandar mais produtos em 2023.
De janeiro a outubro, os embarques para lá aumentaram 66%, para 117,5 mil unidades, considerando inclusive caminhões e ônibus, que isoladamente avançaram 90%.
Com esse desempenho, o México se estabelece como maior mercado dos veículos brasileiros no exterior, posição historicamente pertencente à Argentina.
O país vizinho, embora também vivencie crescimento de 14,5% das vendas internas, comprou muito menos do Brasil e agora aparece como o segundo maior mercado. Em dez meses, quase 100,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus seguiram para a Argentina, recuo superior a 17%.
Países como Colômbia, Chile e Peru, porém, registram quedas ainda mais acentuadas. Da ordem de 50%, 59% e 20%, respectivamente (veja quadro).
O presidente da Anfavea diz que, tanto no caso da Argentina como também dos demais mercados mais relevantes, as importações de outras regiões estão crescendo, o que, em tese, pode estar “roubando” parte da clientela dos veículos brasileiro.
“É um desafio para o nosso setor. Estamos estudando para definir melhor este quadro. Ou esses países estão produzindo mais veículos, o que não me parece o caso, ou estão comprando de outras regiões”, afirmou o presidente da Anfavea.
Foto: Divulgação
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