Responsável por mais de 45% das vendas de automóveis no Brasil, os utilitários esportivos ultrapassaram 625 mil licenciamentos de janeiro a outubro, crescimento de 12,5% ante os 9,5% registrados pela média dos veículos de passeio.
Com tamanho peso nos negócios, a oferta de produtos para o segmento só cresce, assim como a disputa por partipação maior dentro dele. A Jeep sabe muito bem o que isso significa. Após os resultados de outubro, é quase certo que, pela primeira vez desde que iniciou sua produção nacional, em 2015, a marca perderá liderança entre os SUVs.
Nos dez primeiros meses, a Jeep conseguiu vender 106,3 mil unidades, 3,5% menos do que de janeiro a outubro do ano passado e um recuo de 19,8% para 17% na penetração.
A menos que algo excepcional ocorra neste último bimestre — como abrupto movimento nas vendas diretas da marca — , o lugar mais alto no pódio dos SUVs ao fim de 2023 será ocupado pela Volkswagen, que vem pontuando o segmento desde julho, quando ultrapassou a própria Jeep.
A vantagem da Volkswagen, agora com 18%, só cresceu nos últimos três meses e superou as 6,2 mil unidades após os mais de 13,5 mil licenciamentos do mês passado e que contribuíram para o acumulado de 112,5 mil SUVs VW negociados em 2023.
Curiosamente, as duas marcas, na prática, disputam o segmento com três modelos cada, ainda que se possa lembrar de vendas ainda residuais do VW Tiguan e do Jeep Wrangler.
Mas com uma robusta diferença entre eles: todos os membros do trio “TNT” ( T-Cross, Nivus e Taos) da Volkswagen têm números ascendentes este ano, enquanto os três da Jeep venderam menos.
Enquanto o T-Cross acompanha o índice de crescimento do mercado, lidera com 58,1 mil unidades e deve repetir este ano o feito de 2020, quando foi o SUV mais vendido do Brasil, o discretíssimo Taos (12,4 mil unidades) registra avanço de 35% e o Nivus, com 42 mil licenciamentos, deu um salto de 41%: passou de 29,8 mil emplacamentos nos dez primeiros meses de 2022 para 42 mil este ano.
Já do outro lado do front, Compass (49,4 mil), Renegade (40 mil) e o topo de linha Commander (17 mil) venderam de 3% a 4% menos na mesma comparação.
Primeiro modelo nacional da marca e SUV mais vendido do País em 2019 e 2021, o Renegade encerrou 2022 na quinta colocação e é o atual oitavo colocado no ranking de utilitários esportivos.
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Um sinal de que a enxurrada de SUVs compactos lançados nos últimos dois anos bateu forte no Jeep mais barato. E até com “fogo-amigo” a incomodar.
Pulse e Fastback, dois modelos da Fiat, marca irmã no grupo Stellantis da Jeep, já respondem por 11,1% dos licenciamentos de utilitários esportivos. No ano passado, a participação somada de ambos foi de 8,7% e, em 2021, a Fiat deteve 1%, apenas com o Pulse durante dois meses nas lojas.
Foto: Divulgação
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