Anunciada na sexta-feira, 10, a decisão do governo de retomar a cobrança do imposto de importação de veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in a partir de janeiro repercutiu no setor automotivo, com posições a favor, como da Anfavea, e também contrárias, como as da Abeifa e ABVE.
Em nota, a ABVE, Associação Brasileira de Veículos Elétricos, argumentou que a medida foi intempestiva: “Ela foi anunciada antes de o próprio governo ter definido qual será a futura política automotiva brasileira, já que a MP sobre o novo programa Inovação-Mover (que substituirá o Rota 2030) ainda nem foi enviada ao Congresso Nacional”.
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Na avaliação do presidente da ABVE, Ricardo Bastos, a volta da alíquota de importação atende principalmente ao lobby das associações que defendem os combustíveis fósseis e não aos interesses dos consumidores e da sociedade brasileira, “que apoiam um transporte moderno e não poluente”.
Sobre as cotas de importação de veículos elétricos e híbridos anunciadas pelo governo, a associação as considera “insignificantes” diante dos planos de investimentos em produção local já divulgados por diferentes empresas, entre as quais as chinesas GWM e BYD.
A posição da Abeifa
Também em nota, a Abeifa, entidade que representa importadores e alguns fabricantes locais, se posicionou contrária à implantação do sistema de cotas. Disse ser a favor do projeto de neoindustrialização defendido pelo governo, mas questionou a proposição de aplicação imediata da alíquota de importação, já a partir de janeiro.
Mesmo considerado que os 35% válidos para os veículos a combustão só vai contemplar os eletrificados em julho de 2026, a vigência da alíquota de 12% já em janeiro é por demais punitiva aos importadores:
“As nossas associadas já estruturaram seu planejamento estratégico/comercial para o próximo ano, além de ter produção em andamento em suas matrizes, unidades em trânsito por via marítima e até compromissos já firmados com as redes autorizadas de concessionárias para os primeiros meses do ano vindouro”, lembrou a Abeifa.
A entidade ressaltou, por fim, que sempre defendeu a prática do livre comércio com os demais países produtores de veículos automotores, por entender que, só assim, o Brasil pode desfrutar das tecnologias setoriais mais atualizadas.