Até o fim deste ano e começo do próximo começarão a circular na cidade de São Paulo, as primeiras unidades do ônibus elétrico Mercedes-Benz eO500U. Neste lote inicial constam 50 veículos – 25 deles já em processo de encarroçamento na Caio -, do quais 40 adquiridos pela Metrópole Paulista, oito pela MobiBrasil e dois pela Sambaíba.

A Mercedes-Benz adianta, no entanto, que as mesmas operadoras preparam avanço na eletrificação de suas frotas com programação de compras mais volumosas.

“Até meados de 2025, ao menos para essas três empresas, deverão ser entregues 500 ônibus elétricos: 300 para a Sambaíba, 180 para a Metrópole Paulista e 68 para a MobiBrasil”, conta Walter Barbosa, diretor Vendas e Marketing Ônibus da fabricante para o Brasil.

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O impulso na demanda decorre da determinação da Prefeitura de São Paulo, assinada em outubro do ano passado, que proibiu novas compras de ônibus a diesel para a frota do município. A medida busca cumprir a Lei de Mudanças Climáticas, bem como a meta da prefeitura em ter 2,6 mil ônibus elétricos em circulação até 2024 ou 20% da frota paulistana. Atualmente, rodam 270 unidades, dos quais 201 são trólebus, alimentados por via elétrica aérea.

Embora diante da sinalização animadora das próximas encomendas em curto prazo, o diretor de vendas entende que o caminho para eletrificação não é tão simples.

“Quatro pilares precisam estar alinhados: tecnologia, infraestrutura, política pública e financiamento. Os municípios têm realidades diferentes e nenhum deles possui todos esses eixos plenos. O elétrico não é a solução imediata para todos os municípios.”

Barbosa lembra que para operar uma frota grande de elétricos, de mais de 100 ônibus por exemplo, há a necessidade de um alto investimento para uma rede de alta tensão na própria garagem da empresa, aporte que pode ultrapassar os R$ 50 milhões. “O caminho da eletrificação deveria começar pela infraestrutura, antes mesmo do produto.”

Mas independentemente da atual realidade em condições parciais para a eletrificação no transporte público sobre rodas, a Prefeitura de São Paulo ao menos persegue sua meta ao dispor de R$ 5,75 bilhões em crédito para viabilizar compras de ônibus elétricos.

Em diversas frentes de negociações, a cidade conseguiu R$ 2,5 bilhões via BNDES, R$ 2,5 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), R$ 500 milhões do Banco do Brasil e R$ 250 milhões da Caixa Econômica Federal.

Desenvolvido e produzido no Brasil, com a colaboração da Alemanha, o elétrico eO500U tem também ambições externas. De acordo Barbosa, as demonstrações no Chile começam em breve, para aproveitar a oportunidade de nova licitação em 2024. Mas também estão na lista Argentina, Colômbia e México.

O Mercedes-Benz eO500U se destina a encarroçamentos de até 13,5 metros do tipo Padron 4×2. Com cinco pacotes de bateria, entrega capacidade para 490 kWh, o que promete autonomia para 250 km. Tem dois motores elétricos de 340 cv e precisa de 3 horas em tomada de 150 kW para recuperar 100% da capacidade energética.


Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Décio Costa
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