Startup nascida do Grupo Renault espera igualar custos entre carros elétricos e a combustão em três ou quatro anos
Com o discurso de que pretende democratizar a oferta de veículos elétricos na Europa e ser uma das principais fabricantes de veículos elétricos do mundo, a Ampere, startup surgida a partir do Grupo Renault e nascida oficialmente em 1º de novembro, revelou alguns de seus primeiros passos para tornar realidade essas metas.
Nesta quarta-feira 15, a empresa que já tem 11 mil funcionários, sendo 35% apenas de engenheiros — 1,8 mil dedicados exclusivamente a softwares e inovações tecnológicas — calculou, durante o Investor Day, que deva alcançar 1 milhão de veículos fabricados anualmente em 2031.
Nesse mesmo prazo, afirmou Luca De Meo, presidente da Ampere e também CEO da Renault, espera estar faturando € 25 bilhões por ano, sendo € 10 bilhões dentro de dois anos, quando também é esperada a produção anual de 300 mil veículos.
Para chegar a números tão relevantes em prazo até exíguo, a empresa nasce com ativos importantes, como plataformas dedicadas à eletromobilidade, uma cadeia industrial também já constituída e linha de produtos definida.
As atuais bases produtivas em Douai e Maubeuge, as duas compondo o complexo batizado de ElectriCity, Ruitz e Cléon, todas na França, têm capacidade produtiva inicial somada de 400 mil veículos por ano, limite que deve ser elevado para 620 mil até 2028.
Até 2031, serão pelo menos sete veículos Renault em produção e inicialmente oferecidos na Europa: Megane E-Tech e Scenic E-Tech, já realidades de mercado, em breve, respectivamente em 2024 e 2025, Renault 5 Renault 4, e depois o Legend, versão atualizada e resgate do Twingo, e dois outros modelos ainda sob sigilo.
O IPO da Ampere está previsto para acontecer no primeiro semestre de 2024. Além da Renault, que seguirá com forte participação na startup, Nissan e Mitsubishi Motors investirão até € 8 bilhões. A Qualcomm Technologies, que já colabora com a Ampere junto com o Google, também considera participar do capital.
A Ampere espera alcançar a paridade de custos de produção entre carros a combustão e elétricos dos segmentos B e C até 2027. As duas categorias, calcula a fabricante, representarão 75% do mercado de carros elétricos até 2030. A plataforma para ambas já são conhecidas: como AmpR Small para o segmento B (anteriormente nomeada CMF-B EV) e a AmpR Medium para o segmento C (antiga CMF-EV).
Para chegar a igualdade de preços, espera redução de 50% no custo da bateria para a mesma autonomia, de 25% no custo do motor elétrico, de 25% na plataforma, de 15% na carroceria e de 50% nos custos logísticos e de produção.
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Previsto para o primeiro trimestre de 2024, o Renault 5 terá autonomia de até 400 km e preço de entrada de cerca de € 25 mil. Já o futuro oTwingo, ou melhor, o Legend, será um veículo urbano e preços a partir de € 20 mil, perto de R$ 100 mil.
As arquiteturas, plafaformas produtivas e comercial adotadas para os futuros Renault também servirão para a fabricação e serviços de modelos de empresas parceiras. A Ampere tem certa a produção de pelo menos dois modelos para a Alpine, marca do Grupo Renault, o futuro Nissan Micra e um veículo para a Mitsubishi.
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