A oferta de veículos chineses no Brasil, há até bem pouco tempo limitada a modelos importados da JAC e dos Chery fabricados localmente pelo Grupo Caoa, cresceu em 2023 com a chegada da GWM e BYD e vai aumentar ainda mais a partir do ano que vem.
As marcas Omoda e Jaecoo, pertencentes à Chery, chegarão ao mercado nacional por meio de operação de importação já em 2024. De cara, estão confirmados três veículos no primeiro ano: um Omoda e dois Jaecoo.
A chegada das duas marcas ao Brasil não é ação isolada. Ilustre desconhecidas na quase totalidade dos mercados mundiais, iniciam agora processo de internacionalização, a exemplo do que vem ocorrendo com outras tantas marcas chinesas de dois ano para cá, como BYD, GWM, Hyphi.
Até o fim do ano que vem, assegura comunicado, a Omoda estará em pelo menos trinta países e a Jaecoo, em dez. Para isso, já estabeleceram bases de desenvolvimento e pesquisa em regiões como Europa e Estados Unidos, além, claro, das originais na China.
No Brasil, na prática, a operação de importação inicial ficará a cargo da empresa nominada Omoda | Jaecoo, cujo CEO é Shawn XU, que antecipa: “Este é apenas o começo. O Brasil é um parceiro estratégico para a nossa operação global e sabemos do seu potencial”.
Os três primeiros veículos não foram ainda confirmados, mas serão dotados de motorizações híbrida leve, híbrida plug-in e 100% elétrica.
De qualquer forma, os produtos da Omoda buscam um público mais jovem e adepto de novidades tecnológicas, enquanto os Jaecoo se candidatam a atrair a preferência dos admiradores do off-road associado à sofisticação – entenda-se: os atuais consumidores dos tradicionais Defender ou Discovery, marcas da JLR.
Se os públicos são diferentes, a estrutura de vendas será rigorosamente a mesma, com os futuros revendedores compartilhando a oferta das duas marcas, conforme antecipou a Chery recentemente a jornalistas na China, quando também revelou que tem planos de trazer para o Brasil, em operação separada, a Exeed, marca de luxo.
É bom recordar que a própria Caoa Chery andou a afirmar, desde o ano passado, que traria a Exeed para o Brasil, tanto que modelos da marca foram avistados em testes rodando sem disfarces.
Produção local?
Este não é o único indicativo de eventuais “encrencas” entre o Grupo Caoa e sua parceira Chery daqui para frente. Em meados deste ano, a Chery já havia assinado carta de intenções de ter produção local de veículos, mais especificamente no ABC, em São Paulo.
Pelo documento, assinado em julho em Brasília, DF, e com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, A Chery, conjuntamente com a Beijing Peak Automotive, comprometeram-se, inicialmente, em produzir ônibus elétricos na região, mas também de “outros veículos”.
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No primeiro semestre do ano passado, a Caoa Chery colocou um fim na produção de veículos em Jacareí, SP, concentrando a montagem na fábrica de Anápolis, GO, de onde saem hoje os SUVs Tiggo 5X, 7 e 8 em várias versões.
A fábrica paulista, inaugurada em 2014 com recursos exclusivos dos chineses, segue fechada. Quando do anúncio do fim de produção do Tiggo 3X e do sedã Arrizo 6, a Caoa Chery alegou que, na verdade, se tratava apenas de uma interrupção de três anos necessária para a adaptação da planta para a fabricação de modelos elétricos.
Foto: Divulgação
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