Afamília Ducato já teve dias bem mais felizes no mercado brasileiro. O renovado comercial leve da Fiat somou apenas 495 unidades licenciadas de janeiro a outubro, média de 50 veículos mensais para uma rede de 240 concessionárias.
Trata-se de desempenho comercial pífio diante dos principais concorrentes e até mesmo de seu próprio resultado em igual período do ano passado. Nos primeiros dez meses de 2022, o Ducato acumulara 1.830 licenciamentos, quase quatro vezes mais.
A comparação anual, portanto, indica queda de nada menos do que 75% nos negócios. Um contraponto: em igual período, o Renault Master, líder do segmento, viu suas vendas crescerem 4%, para 8,7 mil unidades.
A manter a média mensal no último bimestre, o representante da Renault superará as 10 mil unidades alcançadas em 2022 e estabelecerá seu melhor resultado em quase uma década, desde 2014, quando acumulou 12,2 mil licenciamentos.
Em contrapartida, o Ducato deve colher seu pior resultado desde que chegou ao País há 25 anos e depois de mais de 130 mil unidades vendidas nesse período.
Na história mais recente, o pior resultado foi alcançado em 2017, com exatas 1.544 vendidas. Mas em situação bem mais desfavorável: fim da produção local no ano anterior e em momento de crise geral do mercado brasileiro, após abrupta queda de 20% nos licenciamentos em 2016.
A marca negativa do Ducato acontece exatamente no ano em que a família do utilitário foi totalmente modernizada. Em abril, começou a ser vendida a quarta geração mundial, importada da Itália.
O Ducato chegou ao Brasil em 1998 importado e, em 2000, passou a ser produzido em Sete Lagoas, MG. Em 2016, a Fiat abriu mão da produção local e optou por trazê-lo do México a partir de 2018 até o ano passado, quando vendeu 1.849 unidades.
Consultada por AutoIndústria sobre o fraco desempenho de vendas do Ducato, a Fiat limitou-se a afirmar, em nota, que as vendas estão em ascensão e que 170 licenciamentos foram registrados nos 27 primeiros dias de novembro.
No ano, já teriam sido negociadas mais 1 mil unidades — setecentas emplacadas até o fim deste mês. “O Novo Fiat Ducato está bem-posicionado, tem ótima performance, é competitivo “, completou a empresa.
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Com a atual geração italiana, dotada de cinco versões, nova motorização, mais conectividade e recursos de segurança e conforto, a marca nutria a expectativa de retomar números bem mais relevantes.
Não foi o que se viu ainda em 2023. O melhor resultado mensal foi colhido em agosto, mas limitado a 105 unidades licenciadas, apenas um décimo dos emplacamentos do Renault Master.
Scudo atrapalha?
Se de um lado o Ducato ainda não decolou, de outro a Fiat pode comemorar no segmento a ascensão do Scudo, van de menor porte lançada em junho do ano passado. Com configurações de carga e passageiros, o comercial somou 2.970 licenciamentos de janeiro a outubro e já superou o Expert, mesmo produto mas com a assinatura Peugeot, marca também pertencente à Stellantis.
O Scudo preencheu com acerto o vazio deixado pelo fim do Dobló Cargo na linha de comerciais leves da Fiat. Resta saber se, naturalmente bem mais barato, também não roubou, pelo menos em alguma medida, potenciais clientes das versões mais acessíveis do Ducato.
Foto: Divulgação
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