Indústria

Proconve P8 limitou desempenho do segmento de caminhões em 2023

Com alto estoque de produtos produzidos em 2022, produção registrou baixa perto de 40%

A mudança de fase do Proconve P7 para P8 foi um dos principais freios no segmento de caminhões no ano passado. A necessidade de incorporar mais tecnologia para atender parâmetros mais rígidos de emissões trouxe também aumentos de custos de 25% a 30% nos novos veículos. Soma-se ainda taxas de juros altas e limitações de acesso ao crédito.

As consequências da conjuntura se mostram nos resultados. Em 2023, o mercado de caminhões encolheu 14,7% para 108,2 mil unidades vendidas ante 126,6 mil emplacadas no ano anterior. Para efeito do retrocesso, em 2019, ano da pré-pandemia e que sinalizava recuperação fechou com 101,3 mil emplacamentos.

LEIA MAIS

→Os caminhões mais vendidos em 2023

→Scania estima alta de 14% nas vendas de caminhões em 2024

De acordo com Anfavea, as vendas não foram piores pela ampla oferta de veículos da fase anterior da legislação ambiental. “Começamos 2023 com 68 mil caminhões do P7 em estoque”, contou Márcio de Lima Leita, presidente da associação, durante apresentação do balanço do setor na quarta-feira, 10.

“Do volume de caminhões negociado, apenas 53% foram fabricados em 2023, o que evidência a dificuldade de penetração dos novos produtos”, observou Vinicius Pereira, assessor da presidência da Anfavea.

Com o comprador refratário ao veículo adequado ao Proconve P8, as atividades no chão de fábrica arrefeceram. No ano passado, muitas foram as fabricantes que ficaram dias com linhas paradas em busca de uma adequação a demanda do mercado. Assim, o volume de produção registrou expressiva queda de 37,9% com 100,5 mil unidades contra as 161,9 mil de 2022.

Nem mesmo as exportações puderam contribuir com as linhas de montagem. No ano passado, apenas 16,9 mil caminhões embarcaram, volume 32,9% inferior ao de 2022, quando as remessas chegaram a 25,2 mil unidades.

A Anfavea entende que o atual momento é de expectativas em relação 2024. A projeção, revelada em dezembro, é de alta de 14% no mercado de pesados, para 146 mil, dos quais em torno 120 mil caminhões. “As taxas de juros continuam elevadas, apesar da tendência de queda. E tem também a questão do PAC, que deverá estimular investimentos. Espero ser um ano de retomada”, resumiu o dirigente da Anfavea.


Foto: Volvo/Divulgação

Compartilhar
Publicado por
Décio Costa

Notícias recentes

2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil”

Além da Toyota, Stellantis e BMW já iniciaram produção local. Outras marcas, incluindo as chinesas,…

% dias atrás

2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro

100 mil novos empregos na cadeia e anúncio de investimento recorde de R$ 180 bilhões…

% dias atrás

XBRI Pneus anuncia fábrica em Ponta Grossa

Operação recebe aporte de R$ 1,5 bilhão e atenderá indústria e mercado de reposição com…

% dias atrás

Iveco avança em conectividade com o S-Way

Transporte rodoviário de carga

% dias atrás

2025 promete vendas em ascensão: até 3 milhões de unidades.

Em 2024 já faltou pouco para superar o resultado de 2019, último ano pré-pandemia; AEA…

% dias atrás

BMW produzirá seis novas motos em Manaus em 2025

Primeiro modelo chega às revendas no primeiro trimestre. Produção crescerá 10%.

% dias atrás