Agora presidente na América do Sul, executivo promete revelar novo plano de investimento na região no mês que vem
Após dois anos fora da empresa e do setor automotivo, Emanuele Cappellano retornou à Stellantis em novembro passado como novo presidente da companhia na América do Sul. Nesta sexta-feira, 19, concedeu sua primeira entrevista coletiva durante evento em Campinas, SP, no qual foi anunciada a aquisição de 70% da DPaschoal.
Ele comemorou a volta ao mundo automotivo e também ao Brasil dizendo que não demorou 30 segundos para aceitar o convite feito pela Stellantis para retornar à empresa e assumir a presidência das operações sulamericanas (ele foi por dois anos líder do grupo de marcas de óculos Marcolin nos Estados Unidos).
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E o momento não poderia ser mais especial. A companhia completa neste mês 3 anos de sua criação, o governo brasileiro acaba de editar o Mover, novo programa automotivo, e os benefícios para o setor automotivo do Nordeste, onde a empresa mantém fábrica em Goiana, PE, foram renovados.
Para coroar todo esse cenário positivo, a Stellantis lança em 2024 o seu primeiro modelo híbrido e anuncia no mês que vem, conforme confirmou o presidente, o novo ciclo de investimento no País, a vigorar a partir de 2025 (este ano a empresa conclui plano de R$ 16 bilhões iniciado em 2018).
O anúncio deve ocorrer entre os dias 20 e 22 de fevereiro. Até o dia 19 está em vigor o chamado período de silêncio imposto pelas bolsas de valores europeias e de Nova Iorque, durante o qual a companhia não pode divulgar números ainda não fornecidos oficialmente.
Italiano que começou a vida profissional na área automotiva há 20 anos, Cappellano veio para o Brasil em 2014. “Cresci muito profissionalmente aqui”, comentou o novo presidente que de 2017 a 2021 foi diretor financeiro da empresa na América do Sul.
Cappellano não poupou elogios ao governo brasileiro que, na sua visão, investe em uma política voltada ao desenvolvimento do País. Sobre o Mover, disse ser extremamente positivo, destacando que no processo de transição energética o Brasil é diferente por ter biocombustível como o etanol.
“A matriz energética brasileira propicia uma oportunidade de ter emissão mais baixa ao combinar energia elétrica e motor a combustão”, comentou o executivo, lembrando que já neste ano a Stellantis lançará seu primeiro híbrido que utiliza sistema elétrico combinado com o uso do etanol.
Ele não quis dar mais detalhes, mas a empresa já informou que o primeiro híbrido sairá das linhas pernambucanas, o que sinaliza ser um produto da marca Jeep, apesar de em Goiana também serem produzidas as picapes Fiat Toro e Ram Rampage.
Cappellano também comentou sobre a prorrogação dos incentivos no Nordeste, lembrando que a região ainda é menos competitiva do que outras. Mas não quis entrar no mérito do racha que teve no setor no final do ano passado, quando montadoras do Sul e Sudeste, em especial GM, VW e Toyota, criticaram a medida.
“Ainda não estava aqui na ocasião”, lembrou. “O importante agora é olharmos para frente e trabalhar no que é importante, na busca de maior competitividade para o setor como um todo”, comentou, lembrando que ainda é complicado exportar a partir do Brasil.
Foto: Divulgação/Stellantis/Leo Lara
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