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Importações podem afetar decisão de novos investimentos da Dunlop

Rodrigo Alonso diz que custo Brasil dificulta concorrência com produtos vindos de fora, em especial os chineses

 

Em pleno processo de expansão produtiva no Brasil, fruto de um aporte de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão ainda estão sendo aplicados, a Dunlop alerta para o risco de o próximo ciclo de investimento da empresa, a partir de 2026, vir  a ser afetado pela importação indiscriminada de pneus, principalmente da China.

“O ideal seria não termos o Custo Brasil para sermos mais competitivos”, comenta Rodrigo Alonso, diretor nacional de Vendas e Marketing da Dunlop Pneus. “A alíquota de importação de 16% no segmento não chega a ser alta, mas nosso custo é elevado em relação a alguns países, em especial na China. Com isso, a indústria brasileira perde espaço para produtos de fora”.

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“Se o mercado continuar assim, será difícil defender mais investimentos”

O mesmo alerta foi feito recentemente pelo presidente da Bridgestone, Vicente Marino, ao comentar que se o mercado brasileiro continuasse importador seria difícil atrair novos investimentos no País.

Na avaliação de Alonso, da Dunlop, a importação é saudável para complementar linha, principalmente em nichos de volumes baixos. O mesmo já não ocorre em produtos de maior demanda, que acabam concorrendo deslealmente com a indústria local.

A Dunlop importa pneus do Japão para complementar sua oferta, mas quer futuramente garantir o abastecimento local apenas com produtos feitos em sua fábrica de Fazenda Rio Grande, no Paraná.

De 2 mil unidades produzidas em 2013, quando o complexo foi inaugurado, o volume está hoje em 20,5 mil, dos quais 19 mil são pneus de passeio e 1,5 mil pneus de carga.

Em apenas cinco meses, a fabricante paranaense ampliou a produção de pneus de carga em 50%, de 1 mil para 1,5 mil unidades. “Atualmente importamos 10% do que oferecemos internamente e a ideia é zerar as compras lá fora até 2029”, explicou o diretor.

Com relação à produção total, a meta é chegar a 30 mil até 2029, quando o  quadro de funcionários deve passar dos atuais 1,9 mil para 2,2 mil. Com o aftermarket predominando no faturamento da empresa, a ideia é expandir negócios OEM a partir de agora.

“Não posso revelar nomes, mas estamos negociando com marcas de automóveis e também de caminhão”, complementou Alonso. A Toyota é o principal cliente da Dunlop, que também atende Honda, Fiat e Volkswagen na área de leves e a VWCO, Iveco e Marcopolo em pesados.

Nesta semana, mais exatamente na terça-feira, 27, a Dunlop lançou o pneu de carga SP926, desenvolvido para atender as condições específicas de uso no mercado brasileiro e projetado  para superar os desafios mais exigentes de trajetos mistos, de asfalto a terrenos de terra, lama e pedras.

Ao comentar o sucesso dos testes feitos com o novo pneu em usinas de São Paulo, Paraná e Pernambuco, Alonso destacou que os resultados obtidos reforçam “o compromisso contínuo da empresa em fornecer aos clientes  produtos de alta qualidade e tecnologia que ofereçam durabilidade e segurança, seja qual for o terreno”.


Foto: Divulgação/Dunlop

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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