Ao anunciar aporte de R$ 30 bilhões de 2025 a 2030 no Brasil, o CEO mundial da Stellantis, Carlos Tavares, e o COO da empresa na América do Sul, Emanuele Cappellano, fizeram questão de destacar a importância do etanol no processo de eletrificação no País.

“As novas tecnologias têm de ser acessíveis à classe média”, explicou Tavares. “Se esse consumidor não comprar, não tem volume. O Brasil é privilegiado por ter o etanol e é com base no flex-fuel que desenvolveremos nossa linha de eletrificados no que diz respeito a volumes”.

Os dois executivos concederam entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 6, após reunirem-se com o presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Ao término do encontro com os jornalistas, Cappellano foi taxativo ao dizer que a “ambição” é ter uma linha 100% eletrificada até 2030. Dentro da meta estabelecida, 20% serão modelos 100% elétricos e os demais híbridos a etanol.

“Tudo vai depender do mercado, por enquanto é uma ambição.  Tudo dependerá da demanda e dos volumes que vamos atingir. Mas estamos trabalhando nesse sentido”, informou o CEO da América do Sul, admitindo que até lá a empresa já poderá estar produzindo no mercado, além dos híbridos, também modelos 100% elétricos.

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O primeiro híbrido será produzido na fábrica pernambucana de Goiana e chegará ao mercado brasileiro ainda no segundo semestre deste ano, conforme reafirmou Cappellano na entrevista de hoje.

Sobre o uso etanol no processo de eletrificação no Brasil, o CEO mundial fez questão de destacar seus benefícios, dizendo que a tecnologia poderá ser estendida para outros países da América do Sul e até outras regiões, como a África.

“Pode ser uma coisa boa ou não, mas claramente está havendo uma segmentação de tecnologia no mundo. Em eletrificação, o mundo está dividido. A Europa caminha para os elétricos, os Estados Unidos ainda não sabem o que querem e o Brasil tem o etanol. Aqui temos uma solução inteligente e é nesta oportunidade que estamos apostando”, frisou Tavares.

Ele comentou que também vai ter carro 100% elétrico, mas esse tipo de produto custa de 30% a 40% mais caro do que os modelos a combustão, ou seja, a classe média não terá como adquiri-los.

‘Não queremos vender automóvel com prejuízo e, por isso, só nos resta uma direção no Brasil. Tem de criar escala, pois se não tem escala os custos são altos e a classe média não compra. É mais fácil obter escala com os híbridos do que com os 100% elétricos.”


Foto: Divulgação/Stellantis

 

Alzira Rodrigues
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