Mercado

Vendas de elétricos a bateria seguem concentradas nas marcas chinesas

Dos 8 mil veículos negociados no bimestre, 82% são da BYD e GWM

Os licenciamentos de veículos eletrificados foram da ordem de 22,5 mil unidades no primeiro bimestre, quase 10,5 mil somente em fevereiro. A comparação com os dois primeiros meses do ano passado indica evolução de expresssivos 154%, com os elétricos a bateria avançando ainda mais, 473%, para 8 mil unidades, e os híbridos somando 14,5 mil emplacamentos, 95% a mais.

Mesmo com base de comparação ainda muito pequena, esses índices sugerem consumo potencial dessas tecnologias bem acima dos 4% a 5% de participação registrados até agora.

Ainda que se considere a visível bolha no primeiro bimestre, inflada sobretudo pelo esforço das empresas de aumentarem as importações no fim de 2023 para driblar a retomada do imposto de importação em janeiro — de zero para 10% nos elétricos e de 4% para 12% nos híbridos.

Ao longo de todo ano passado, os brasileiros consumiram 94 mil eletrificados, mas somente pouco mais de 19 mil integralmente elétricos. Dos modelos movidos a bateria, a imensa maioria pertencente a duas ou três marcas, das quase duas dezenas que oferecem esses veículos aqui.

Pois esse quadro de domínio de poucas empresas nos chamados BEVs (Battery Electric Vehicles) deve perdurar em 2024 e 2025, pelo menos, ou até que grandes marcas generalistas resolvam investir pesado nesses produtos, mesmo que importados.

No primeiro bimestre, 82% dos emplacamentos foram de automóveis de apenas de duas marcas: BYD e GWM, respectivamente com 5,3 mil e 1,3 mil unidades, aponta a Fenabrave. Depois delas, a Volvo aparece com 383 unidades, seguida pela Peugeot (322 veículos) e JAC (283).

A BMW negociou 127 carros a bateria e foi a sexta e última marca a superar um centena de unidades. Abaixo dela, a Renault lidera a turma das poucas dezenas de unidades, com 69 licenciamentos apenas.

A Anfavea projeta vendas de 24 mil veículos este ano, um aumento da ordem de 30%, índice que pode ser considerado tímido para o segmento que alcançou.

A entidade que reúne as montadoras instaladas aqui talvez não tenha levado em conta ou desconhecia as projeções da BYD, potencial sua futura associada, que afirma que buscará negociar até 120 mil veículos eletrificados no País, sendo 25 mil só do recém-lançado 100% elétrico Dolphin Mini e número pouco menor do também BEV Dolphin.

LEIA MAIS

→ Toyota confirma maior investimento de sua história no Brasil

Já a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, os veículos eletrificados poderão somar 150 mil unidades em 2024, com  modelos  plug-in, que podem ser elétricos puros a bateria ou híbridos recarregáveis, respondendo por dois terços desse volume.

“O veículo elétrico já caiu no gosto do consumidor brasileiro”  diz Ricardo Bastos, presidente da entidade,  que avalia que o mercado de eletrificados seguirá em acveleração intensa mesmo com o aumento do imposto de importação.


 

Compartilhar
Publicado por
George Guimarães

Notícias recentes

2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil”

Além da Toyota, Stellantis e BMW já iniciaram produção local. Outras marcas, incluindo as chinesas,…

% dias atrás

2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro

100 mil novos empregos na cadeia e anúncio de investimento recorde de R$ 180 bilhões…

% dias atrás

XBRI Pneus anuncia fábrica em Ponta Grossa

Operação recebe aporte de R$ 1,5 bilhão e atenderá indústria e mercado de reposição com…

% dias atrás

Iveco avança em conectividade com o S-Way

Transporte rodoviário de carga

% dias atrás

2025 promete vendas em ascensão: até 3 milhões de unidades.

Em 2024 já faltou pouco para superar o resultado de 2019, último ano pré-pandemia; AEA…

% dias atrás

BMW produzirá seis novas motos em Manaus em 2025

Primeiro modelo chega às revendas no primeiro trimestre. Produção crescerá 10%.

% dias atrás