Com o Mover e fim da alíquota zero de importação de eletrificados, setor voltou a apostar em produção local, diz o presidente da Anfavea
Em momento histórico, o setor automotivo anuncia investimentos recordes no Brasil, com foco principalmente em novas tecnologias envolvendo eletrificação.
Após anúncio da Stellantis de aporte no País de R$ 30 bilhões de 2025 a 2030, a Anfavea divulga balanço revelando total de R$ 127 bilhões a partir de 2021, dos quais R$ 66 bilhões anunciados nos primeiros 66 dias do ano.
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Dois fatores, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, foram decisivos para este movimento todo. Primeiro a volta gradativa da alíquota de importação para veículos eletrificados a partir de primeiro de janeiro.
“Enquanto o governo trabalhava com zero de importação para novas tecnologias, não havia motivo para se investir no Brasil em produtos eletrificados. As vendas de modelos do gênero estavam em queda na Europa e nos Estados Unidos, ou seja, haveria maior oferta dos produtos para abastecer o mundo”, explicou Lima Leite.
O segundo ponto é o Mover, novo programa automotivo que substitui o antigo Rota 2030 e foi publicado, via medida provisória, no penúltimo dia de 2023.
“Passamos a ter previsibilidade, algo fundamental quando se fala de investimentos. Os aportes anunciados neste início de 2024 refletem o otimismo no setor em relação ao País”, complementa o executivo.
Sobre a MP que criou o programa automotivo Mover, Lima Leite informa que a medida perde efetividade em maio caso não venha a ser aprovada no Congresso Nacional: “Estamos trabalhando junto ao Congresso para que a MP venha a ser aprovada em sua essência. Temos nos reunidos com deputados e senadores e as perspectivas são positivas”.
Ao divulgar nesta quinta-feira, 7, balanço positivo das vendas e produção no primeiro bimestre deste ano, o presidente da Anfavea destacou que o início do ano aponta para um cenário positivo em 2024.
Segundo ele, a partir dos investimentos recém-anunciados haverá maior geração de empregos e, com certeza, a produção local de novas tecnologias, fundamentais para o avanço da indústria em geral e do setor no Brasil. Os aportes, contudo, não deverão gerar aumento de capacidade produtiva.
“Temos hoje capacidade para produzir 4,5 milhões de veículos e estamos fabricando entre 2,4 milhões e 2,5 milhões por ano, podendo chegar em 3 milhões nos próximos três anos. Por isso a capacidade não deve crescer mas sim a produção de novas tecnologias. Em dois anos poderemos estar fabricando modelos elétricos por aqui”, concluiu.
Além da Stellantis, cujos dirigentes estiveram com o presidente Luís Inácio da Silva, na última quarta-feira, 6, também já anunciaram investimentos este ano a General Motors, Volkswagen, Hyundai e Toyota.
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Foto: Pixabay
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