A consultoria Gartner tem uma boa notícia para a indústria, os entusiastas e futuros compradores de veículos elétricos. A empresa norte-americana projeta que as próximas gerações desses automóveis movidos a bateria, a partir de 2027, serão, em média, mais baratas de produzir do que similares com motores de combustão interna.

O motivo, mais do que a redução do custo das baterias, item de maior peso orçamentário, será a adoção de novas fórmulas de montagem combinadas com o desenho dosprodutos e novas plataformas previstas para isso.

“Os novos OEMs trouxeram inovações que simplificam os custos de produção, como a arquitetura centralizada ou a introdução de gigacastings que ajudam a reduzir o tempo de montagem. Isso significa que os veículos a bateria alcançarão a paridade de custos com os carros a combustão muito mais rápido do que inicialmente esperado”, diz Pedro Pacheco, vice-presidente de pesquisa da Gartner.

Vendas  globais de veículos elétricos (em milhões de unidades)

            2022             2023              2024 
 Automóveis             11,1              14,9               17,8
 Ônibus            0,20                0,2               0,20
 Vans            0,13              0,21               0,35
 Caminhões            0,02              0,03              0,04
Total            11,5              15,4               18,4

Fonte: Gartner (Setembro2023)

Mas nem tudo são flores. Pacheco destaca que, ao mesmo tempo que o custo produtivo cairá, alguns reparos mais severos na  carroceria e nas baterias ficarão consideravelmente mais caros. O consultor fala em até 30%.

Isso representa que os veículos elétricos que sofrerem uma colisão podem estar mais sujeitos à perda total, uma vez que a reparação poderá custar mais do que o valor residual do automóvel.

Consolidação: menos fabricantes.

Outro dado importante apontado pela Gartner: nem todas as atuais startups dedicadas ao desenvolvimento da mobilidade elétrica estarão vivas para se beneficiarem desses ganhos de produção e se consolidarem como fabricantes.

A consultoria calcula que também até 2027 cerca de 15% dessas empresas fundadas na última década serão adquiridas ou quebrarão. “Não significa que o setor de elétricos esteja desmoronando. É simplesmente entrar numa nova fase, na qualas empresas com os melhores produtos e serviços vencerão as restantes”, disse Pacheco.

A Gartner estima que as vendas globais de elétricos devem atingir 18,4 milhões de unidades em 2024 e subirem para 20,6 milhões no ano que vem.  Mas conclui ao dizer que  o setor está passando da  “corrida do ouro” para a “sobrevivência do mais apto”.


Foto: Divulgação

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