Anotícia chegou por meio de entrevista coletiva conjunta nesta sexta-feira, 15, no Japão, e também por mensagens nas redes sociais dos principais executivos das duas montadoras: Honda e Nissan, segunda e terceira maiores montadoras japonesas, estabelecerão parceria na busca por fôlego produtivo e menores custos em veículos elétricos e na mobilidade inteligente.
Por enquanto, as duas empresas têm assinado um memorando de entendimento, conforme afirmaram Makoto Uchida, CEO da Nissan, e Toshihiro Mibe, seu equivalente na Honda, que anteciparam que o acordo prevê, dentre outros pontos, compras e utilização comuns de autopeças e componentes, e que estudarão tecnologias de baterias e plataformas de software.
“É importante nos preparar para o médio e longo prazos e significativo que tenhamos chegado a este acordo com base num entendimento mútuo de que Nissan e Honda enfrentam desafios comuns”, escreveu em rede social o CEO da Nissan.
“A indústria automotiva está se transformando em indústria de mobilidade, proporcionando variedade de valores além do transporte. Isso requer ideias inovadoras e agilidade.”
(Makoto Uchida)
Os executivos não detalharam que avanços pretendem nos custos e volumes produtivos. Argumentaram que, para isso, criarão grupo de estudo de viabilidades em um “curto espaço de tempo”. De qualquer forma, enfatizaram que escala e custos são pontos-chave da possível cooperação.
O potencial, entretanto, é grande. Afinal, somadas, atualmente as duas empresas devem negociar perto de 7,6 milhões de veículos anuais em todo o planeta, sendo 4,1 milhões da Honda e 3,5 milhões da Nissan.
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A Nissan, historicamente, esteve à frente da Honda e Toyota na oferta de veículos elétricos. Já em 2010 começou a vender em massa o Leaf, mas na última década não acompanhou a velocidade de desenvolvimento e diversificação de produtos das startups como a Tesla ou das fabricantes chinesas.
A Honda, que se comprometeu a eliminar totalmente motores a combustão até 2040, quer lançar 30 veículos elétricos em todo o mundo até o fim desta década e acaba de anunciar a linha global de elétricos batizada de Série 0, cujo primeiro modelo, um sedã, será fabricado nos Estados Unidos em dois anos.
Por enquanto, asseguraram as montadoras, não existem planos de compartilhamento de veículos, assim como de participação cruzada no capital das empresas. Entretanto, admitiram que as portas não estão fechadas para movimentos como esses.
“Até 2030, temos que ser um corredor de topo, em condições de lutar contra os melhores jogadores”
(Toshihiro Mibe)
As duas empresas, na verdade, têm experiências diversificadas em parcerias. A Honda, por exemplo, estabeleceu joint venture em elétricos com a Sony e um frustrado acordo nos Estados Unidos com a General Motors. A Nissan participa há 25 anos de aliança global com Renault e Mitsubishi, nem sempre equilibrada.
É certo que a futura colaboração não ficará restrita ao Japão. As operações de Estados Unidos e Europa, importantes para as duas empresas, deverão ser beneficiadas também por conta dos atuais e potenciais mercados de veículos elétricos, hoje dominados por Tesla, no caso norte-americano, e que começa a ser fortemente assediado pelas fabricantes chinesas, no caso dos países europeus.
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