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Quem não pode com as marcas chinesas…

Stellantis recorre à marca chinesa Leapmotor para antecipar o combate às outras marcas chinesas na Europa

A estratégia das marcas chinesas para ampliarem participação na Europa não reúne apenas operações de exportação. Além dos embarques a partir da China, prevalecem também a ideia de constituírem plantas locais próprias e ainda a produção em estruturas industriais das cada vez mais comuns parceiras ocidentais.

É o caso da ainda pouco conhecida Leapmotor. Fontes da agência de notícias Reuters revelaram que a empresa deve começar a produzir, até a metade deste ano, o subcompacto elétrico T03 na fábrica da Stellantis de Tychy, Polônia, planta que passou por fortes investimentos desde 2021 para se tornar polo produtor de veículos híbridos e elétricos.

De lá saem atualmente, por exemplo, versões híbridas de veículos da Lancia, a combustão do Fiat 500 — o 500e, movido integralmente a bateria e vendido aqui no Brasil, é fabricado na histórica fábrica italiana de Mirafiori, Turim — e há apenas um ano o elétrico Jeep Avenger.

Em outubro do ano passado, a Stellantis adquiriu perto de 21% de participação na Leapmotor. A transação de € 1,5 bilhão também previa a criação da Leapmotor Internacional, joint venture em que a Stellantis tem 51% que passou a ser responsável pela exportação, venda e fabricação dos veículos da marca chinesa no exterior.

A ideia da Stellantis com a aquisição de parte da Leapmotor é também aproveitar o ecossistema de veículos elétricos já desenvolvido pela parceira na China para cumprir seus planos globais de vender somente automóveis de passeio elétricos na Europa até 2030 e pelo menos metade do total nos Estados Unidos.

O curto prazo entre o início da parceria até o primeiro Leapmotor “europeu” sair da linha de montagem, menos de um ano, é a primeira comprovação prática dessa estratégia. Para isso, a Stellantis deve trazer da China kits SKD, sigla para semi-knocked down, do subcompacto e apenas realizar a operação de montagem em Tychy.

A Stellantis não comentou — mas também não negou — as informações da Reuters. De qualquer forma, Carlos Tavares, CEO da empresa, afirmou recentemente que poderia fabricar veículos elétricos de entrada concebidos pela Leapmotor em vários mercados, inclusive Europa e América do Norte.

Principal motivo: barrar rapidamente, antecipar as armas contra a ascensão das concorrentes chinesas em grandes polos consumidores do Ocidente. Ou seja: ter seus próprios veículos chineses para enfrentar modelos … chineses!!

É a história de que se não pode com eles, junte-se a eles!


Foto: Divulgação

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George Guimarães

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