O “Arc” é o nome do novo plano estratégico mundial apresentado nesta segunda-feira, 25, pela Nissan. Em Tóquio, Japão, o CEO global da montadora, Makoto Uchida, dissecou os muitos objetivos traçados para o médio e longo prazos, como aumentar em 1 milhão de unidades as vendas mundiais até 2027 e praticamente equiparar os custos produtivos dos veículos a bateria àqueles de combustão interna no fim da década.
Para concretizar esses dois objetivos, a montadora decidiu intensificar projetos e portfólio em modelos elétrificados — híbridos e puramente elétricos — e investir US$ 2,6 bilhões em baterias com o intuito de ter fornecimento garantido para 1,35 milhão de veículos até 2030, quando a oferta dessas tecnologias pela marca será muito maior do que a atual.
O “Arc” foi dividido em duas etapas: até 2026 e 2030. Para nenhuma delas, porém, o longo material oficial da montadora relaciona qualquer ação, meta, novidades em produtos ou investimento na América do Sul e Latina. Pode-se diz que a única referência, quase no fim do documento, é que a montadora “continuará a alavancar a aliança com a Renault e a Mitsubishi Motors” na região.
Mas do texto constam informações sobre novidades efetivas para operações e países da Europa, Estados Unidos, Ásia e até regiões de mercados de menor consumo do que o sul-americano, como África, Oriente Médio e até Oceania.
O tópico referente às “Américas” descreve apenas que até 2026 a ideia é “introduzir a tecnologia híbrida e-Power e novos modelos híbridos plug-in” nos Estados Unidos e Canadá, mercados que ganharão sete novos veículos, e aumentar as vendas “entre regiões em 330 mil unidades”. Nenhuma linha específica a respeito de produtos para as outras duas “Américas”.
A omissão, proposital ou não, chama a atenção, uma vez ser recorrente, nos últimos anos, manifestações dos dirigentes da Nissan na defesa de que a marca trabalha para ser uma das três maiores da América do Sul.
Mais estranho ainda é que novidades relevantes estão na boca do forno em todo o mundo. Já nos próximos três anos, por exemplo, a Nissan lançará 30 novos modelos, a maioria, 16 deles, eletrificados. Outros 14 serão movidos a combustão interna, uma forma de atender ainda a demanda de médio prazo em mercados onde a eletrificação seguirá em ritmo mais lento.
Até 2030 serão 34 lançamentos só de eletrificados, que, calcula a empresa, representarão 60% do mix global de produtos — 40% já em 2026.
“O plano Arc mostra o nosso caminho para o futuro. Confrontada com a extrema volatilidade do mercado, a Nissan vai tomar medidas decisivas para garantir o crescimento sustentável e a rentabilidade”, disse Uchida.
Dentre as medidas decisivas propostas no plano, estão estratégias regionais personalizadas — talvez aí, ocultamente ainda, se enquadrem as operações sul-americanas — e aceleração no processo de transição para uma linha totalmente elétrica no futuro um pouco mais distante.
Além da meta de agregar 1 milhão de unidades na conta anual das vendas, Uchida e equipe querem margem operacional de pelo menos 6% até 2027, contra 4,8% alcançada no atual plano estratégico, que se encerra no fim deste mês oficialmente.
O Nissan Next, estratégia concebida e desenvolvida por Uchida a partir de 2020, previa, além de margem de 5%, quase atingida, também vendas globais de 5,3 milhões de unidades, patamar semelhante ao de 2019. A prática ficou muito distante: somente algo próximo a 3,7 milhões de veículos negociados no último ano fiscal.
“Precisamos mudar a maneira como desenvolvemos, fabricamos e vendemos nossos carros”, disse Uchida. Nesse sentido, a empresa quer adotar processos e sistemas que reduzam drasticamente o custo de produção.
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Dentre os muito pontos destacados pela montadora em seu comunicado oficial e no evento comandado por Uchida, estão a meta de quintuplicar as vendas na China para 1 milhão de unidades em 2026 e fazer do País base exportadora a partir de 2025, assim como a operação da Índia, que também será beneficiada com três novos veículos.
A empresa fala ainda em atualizar, nesse mesmo período, 80% da linha de modelos de passageiros no Japão e alcançar nível de eletrificação de 70%. Na Europa, que ganhará seis modelos totalmente novos, a Nissan quer que os veículos elétricos representem 40% do mix de vendas até 2026.
No Oriente Médio serão lançados cinco SUVs, a Oceania verá a chegada de uma picape de 1 tonelada e de um crossover elétrico e na África serão oferecidos dois SUVs, além de veículos a combustão para os segmentos de entrada.
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