Não à toa marcas generalistas que, há bem pouco tempo, vociferavam que seriam totalmente elétricas tão rápido quanto as de nicho e as premium têm tirado o pé do acelerador e até engatado uma ré, como a General Motors, que resolveu ter também híbridos em seu futuro portfólio.

A medida era quase inevitável, afinal os elétricos têm avançado em ritmo aquém do esperado — e desejado por muitos — em boa parte do planeta e as últimas projeções da consultoria ABI Research respaldam esse prudente maior cuidado agora.

Recente lenvantamento da empresa de inteligência tecnológica concluiu que as vendas globais de veículos elétricos crescerão 21% este ano e um pouco menos, 19%, em 2025.

Apesar de positivos, os índices mostram significativa desaceleração em relação às taxas de crescimento consolidadas nos últimos anos. Em 2023, por exemplo, a expansão foi de 31%, quase a metade do avanço de 60% registrado um ano antes.

Eletroposto - eletromobilidade

 

Dylan Khoo, analista da indústria de veículos elétricos da consultoria, alerta:

“Embora a infraestrutura de carregamento insuficiente e as limitações de autonomia sejam frequentemente citadas como razões para este abrandamento, não explicam completamente. [É preciso] considerar as tendências específicas da região que impulsionam as mudanças no setor de veículos elétricos”.

Khoo destaca estagnação real e significativa no crescimento das vendas de elétricos na Alemanha e Reino Unido devido principalmente à retirada de subsídios. “Isto ditou a narrativa para o continente, uma vez que são os maiores mercados automóveis da Europa. Mas dois terços do crescimento dos países europeus foi maior em 2023 do que no ano anterior”, pondera.

Já as limitações do mercado dos Estados Unidos, aponta o analista, seriam decorrentes da dependência “insustentável” da Tesla, que não tem conseguido avançar em produtos destinados a públicos de menor poder de consumo. Em outras palavras: de entrada.

Por outro lado, na China o momento é crescimento linear, uma vez que veículos elétricos já responderam por 36% do mercado interno em 2023 e deverão representar mais de metade de todas as vendas de automóveis até 2025.

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E tão ou mais importante: fabricantes locais continuam a reduzir os preços finais dos elétricos a tal ponto que em alguns segmentos eles jásão oferecidos por valores iguais ou até menores do que seus equivalentes a combustão interna.

A transição chinesa para os veículos elétricos está operando por conta própria e não mais depende de subsídios governamentais, analisa a ABI Research.

“A China demonstrou como conquistar o público. Se as montadoras puderem fabricar uma ampla variedade de veículos elétricos a um preço atraente, as pessoas os comprarão. É nisso que a Europa e a América do Norte falham. E é uma situação que dificilmente será corrigida até que novas gigafábricas de baterias entrem em funcionamento e mais modelos estejam disponíveis na segunda metade da década”, conclui Khoo.


 

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